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SÃO PAULO – Nesta quarta-feira (12), o Banco Central do Brasil lançou seu primeiro Relatório de Gestão das Reservas Internacionais, que passará a ser publicado semestralmente e apresenta as estratégias e resultados da política de investimentos do país e administração de suas reservas.
Cada ressaltar que os dados apresentam uma defasagem de seis meses, por razões estratégicas de investimento. O primeiro volume lançado do relatório contempla o período entre 2002 e 2008, incluíndo a gestão das reservas internacionais durante a crise.
Aumento significativo
Este intervalo destaca um aumento significativo do volume de reservas internacionais, como “resultado da política de acumulação de reservas iniciada em 2004”. No início de 2002, marco inicial do relatório, o montante de reservas internacionais totalizava US$ 36,2 bilhões. Ao final de 2008, o montante observado era de US$ 206,8 bilhões.
Análise de Ações com Warren Buffett
“De 2002 a 2008, o rendimento médio das reservas internacionais, em dólares norte-americanos, foi de aproximadamente 6,2% ao ano. Em 2008, o rendimento obtido foi de 9,3%, ante 9,4% em 2007”, ressalta o relatório. É importante destacar que o resultado das operações com moedas estrangeiras é fortemente correlacionado com a variação cambial do período.
89% em dólares
Cabe destacar que, mesmo com o período de crise norte-americana, o dólar segue como principal fonte das reservas internacionais brasileiras. Em dezembro de 2008, a alocação por moedas se apresentava como 89,1% em dólares norte-americanos, 9,4% em euros e 1,5% em outras moedas.
“Com a crise das hipotecas nos Estados Unidos, o processo de acúmulo de reservas foi interrompido em setembro de 2008. Apesar da severidade com que a crise atingiu diversas economias, não houve queda acentuada no volume de reservas internacionais no Brasil”, explicou o Bacen.
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As reservas internacionais são voltadas para aplicações de renda fixa, principalmente Treasuries e títulos governamentais da comunidade europeia, além de títulos de agências governamentais, títulos de organismos supranacionais e depósitos bancários. Parcela predominante da aplicação se dá em títulos governamentais, cerca de 79,1% ao final de 2008.
Estratégia na crise
“O risco de não pagamento das instituições financeiras contrapartes do BC aumentou consideravelmente em razão do aprofundamento dessa crise”, citou o Bacen. Sendo assim, o órgão adotou uma série de medidas para enfrentar o período de instabilidade.
Entre as principais citadas no Relatório de Gestão das Reservas, destaque para a interrupção temporária de operações de depósitos – de moedas e de ouro com instituições específicas – e a redução do montante e do prazo dos investimentos com risco de crédito bancário.