Fala de diretor do BC faz mercado “enterrar” apostas de alta da Selic este ano

Mudança no cenário é evidente ao observar a queda de 167 pontos-base que se abeteu sobre os DIs em 2016

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – De tanto caírem os juros futuros nos últimos tempos, já saímos completamente do cenário de aperto monetário que o mercado imaginava no começo do ano. Atualmente, os contratos futuros de DI para janeiro de 2017 estão em 14,21%. Sabendo que a Selic está em 14,25% ao ano, isso significa que os investidores não veem mais um aumento de juros ocorrendo este ano. 

A explicação para isso é que como o DI basicamente é a taxa que os bancos praticam para emprestar dinheiro uns para os outros no chamado overnight e segue de perto a taxa de juros básica. Isso significa que para o DI estar neste nível em janeiro do ano que vem, a Selic não pode subir. 

Para se ter uma ideia do quanto caiu, no começo do ano, o DI estava a 15,87%, ou seja houve uma queda de 167 pontos-base. É o equivalente a pouco mais de três altas de 0,5 ponto percentual na Selic. O contrato está em seu menor patamar desde setembro de 2015, quando o Banco Central tinha acabado de subir a taxa de juros para 14,25%. Tudo isso para mostrar o quanto mudou a expectativa do mercado quanto a juros, pelo menos na parte mais curta da curva, já que na longa a queda foi “apenas” de 16,62% para 15,77%, um pouco menos de 100 pontos-base. 

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Mas o que explica essa queda tão forte? Nos últimos dias, o recuo que deu um ponto final às apostas de alta da Selic se deu por conta das falas do diretor de Política Econômica do Banco Central, Altamir Lopes. Alguns acham até que o mercado ainda está muito “hawkish” (agressivo) em relação a juros. Muitos já veem uma queda das taxas como provável. “Os ativos seguem repercutindo a reunião de ontem do Altamir Lopes com economistas e, apesar de ser arriscada, a percepção é de que o próximo passo do BC é de queda da Selic”, diz José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator. 

Assim como ele, o sócio-gestor da Modal Asset, Luiz Eduardo Portella, acredita que o ambiente entre março e abril estará propício para a discussão no mercado sobre queda de juros e poderá haver convergência para este cenário. 

Tudo isso mostra que o investidor deve ficar bastante atento às taxas, já que podemos estar em um momento de inflexão da Selic. A próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) promete. 

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