Intervenções fazem Brasil ser mais “arriscado” que a Rússia pela 1ª vez em 3 anos

Spread de títulos brasileiros em relação a Treasuries está em 2,08 pontos percentuais, contra 2,06 dos papéis da Rússia; estrategista destaca intervenção excessiva como fator principal

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Os spreads – diferença de pagamento de taxas – entre os títulos brasileiros em dólares e os Treasuries, títulos da dívida norte-americana, atingiu os 2,08 pontos percentuais nesta segunda-feira (3). Esta diferença é maior do que os 2,06 pontos percentuais pagos pelos títulos da Rússia, de acordo com dados do JPMorgan.

Esta é a primeira vez que os spreads dos papéis do Brasil ultrapassaram os da Rússia desde abril de 2010, de acordo com dados de 16 de maio. Luis Costa, estrategista para mercados emergentes do Citigroup, destacou à Bloomberg que o excesso de intervenção do govenro em setores chave é a razão fundamental para o alto spread.

Tanto o Brasil quanto a Rússia possuem rating BBB pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s, o segundo menor na escala de grau de investimento. No dia 30 de abril de 2008, o Brasil foi elevado para grau de investimento pela agência, considerando assim que os títulos da dívida do País possuem baixo risco de crédito. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.