Demissão de Mario Monti castiga mercado de dívida da Itália

Investidores exigem mais para comprar bônus italiano depois de pedido de renúncia do primeiro-ministro do país

Mariana Mandrote

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SÃO PAULO – Os investidores exigem um retorno maior para comprar os títulos públicos de dez anos da Itália nesta segunda-feira (10) por conta de receios sobre o futuro político do país. O primeiro-ministro italiano, Mario Monti, afirmou no sábado que pretende deixar o cargo logo que o parlamento aprove a legislação orçamental para 2013, o que deve ocorrer até o fim do ano.

Esta decisão surgiu no mesmo dia em que Silvio Berlusconi anunciou que vai tentar governar o país novamente. Os anúncios causaram uma reviravolta no cenário político italiano e abriram espaço para eleições antecipadas.

O país tem um leilão de dívida programado para esta semana, o que, na opinião de analistas, pode ser um teste decisivo sobre o apetite dos investidores por bônus italianos, diante da possibilidade de Berlusconi voltar ao poder. 

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Os efeitos da iminente saída do primeiro-ministro italiano se alastraram à Espanha, confirmando os receios levantados pelo ministro das Finanças espanhol, Luis de Guindos, que afirmou também nesta segunda-feira que temia um “contágio imediato” da instabilidade política italiana.

País Rendimento Variação Spread vs. Bund*
Grécia 14,16% -2,17% +12,88
Portugal 7,54% -0,30% +6,26
Itália 4,89% +8,13% +3,61
Espanha 5,65% +3,48% +4,37
França 1,95% -0,41% +0,67
Alemanha 1,28% -1,54%

* Diferença calculada em pontos percentuais. Fonte: Bloomberg

Entenda: quanto maior, pior
Os títulos públicos são uma das maneiras que os governos possuem para se financiar, enquanto a variação diária dos rendimentos decorre das negociações no mercado secundário. O juro pago pelo governo e o valor do papel são definidos no momento da emissão dos títulos, mas este último sofre variação no mercado secundário.

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Assim, quanto mais arriscado um investimento, maior será o prêmio demandado pelos investidores no mercado secundário. Portanto, o valor do título recua e, consequentemente, o rendimento no mercado secundário aumenta. Tal variação positiva é uma indicação de que caso o governo opte por emitir novos papéis o custo para se financiar deverá ser maior.