Espanha tem leilão bem sucedido, à expectativa de ajuda pelo BCE

Enquanto o país resiste em pedir socorro à autoridade monetária, os yields sobem pelo segundo pregão seguido

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SÃO PAULO – A Espanha promoveu um leilão com sucesso nesta quinta-feira (4), à espera de que o país peça resgate ao BCE (Banco Central Europeu). O país leiloou títulos públicos com vencimentos em 2014, 2015 e 2017. Por outro lado, ainda há dúvidas se de fato o país pedirá ajuda. Enquanto isso, os yields sobem pelo segundo pregão consecutivo, em alta de cerca de 1,27% às 11h30, pelo horário de Brasília, para os papéis com maturação de dez anos.

O país captou € 3,99 bilhões, praticamente no montante máximo pretendido, e viu o custo de captação cair consideravelmente em duas das séries na comparação com a última emissão – apenas nos papéis com vencimento em três anos houve um ligeiro aumento, de 3,84% para 3,96%. 

Em coletiva de imprensa ainda nesta manhã, o presidente da autoridade monetária, Mario Draghi, elogiou o progresso visto na Espanha, mas alertou que ainda há muitos desafios pela frente. Ele também lembrou que somente poderá comprar títulos públicos se o país pedir ajuda, e que as condições são parte essencial do plano.

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Draghi também falou sobre Portugal, ao esclarecer que o país ainda não pode atender ao programa de compra de títulos do BCE, uma vez que ele ainda não tem acesso total ao mercado de dívida.

Estabilidades nas taxas de juros
Assim como esperado pelo mercado, a reunião do BCE não promoveu nenhuma alteração na europa. A taxa básica de juro da Zona do Euro continua em 0,75% ao ano. A taxa de juro de empréstimos marginais para injeção de liquidez e a de depósito de um dia na autoridade monetária também permaneceram em 1,50% a.a. e 0% a.a., respectivamente.

País Rendimento Variação Spread vs. Bund*
Grécia 19,09% -0,47% +17,63
Portugal 8,68% -0,89% +7,22
Itália 5,11% +1,37% +3,65
Espanha 5,88% +1,27% +4,42
França 2,18% -0,73% +0,72
Alemanha 1,46% +0,97%

* Diferença calculada em pontos percentuais. Fonte: Bloomberg

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Entenda: quanto maior, pior
Os títulos públicos são uma das maneiras que os governos possuem para se financiar, enquanto a variação diária dos rendimentos decorre das negociações no mercado secundário. O juro pago pelo governo e o valor do papel são definidos no momento da emissão dos títulos, mas este último sofre variação no mercado secundário.

Assim, quanto mais arriscado um investimento, maior será o prêmio demandado pelos investidores no mercado secundário. Portanto, o valor do título recua e, consequentemente, o rendimento no mercado secundário aumenta. Tal variação positiva é uma indicação de que caso o governo opte por emitir novos papéis o custo para se financiar deverá ser maior.