Relatório Focus: projeção para a inflação de 2022 sobe pela 7ª semana seguida

Pesquisa coletada semanalmente pelo BC também aponta aumento na expectativa para o IPCA de 2023 e 2024, em sinal de desancoragem em relação à meta.

Equipe InfoMoney

(Shutterstock)

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A mediana das estimativas para o IPCA, o índice de inflação oficial do Brasil, avançou pela sétima semana consecutiva no Relatório Focus, para 5,60%, e está cada vez mais distante do teto da meta definida pelo governo para 2022 (5,0%).

A pesquisa, coletada semanalmente pelo Banco Central com mais de 100 instituições financeiras, também aponta um aumento na expectativa para a inflação de 2023 e 2024, em sinal de desancoragem em relação à meta.

Os demais indicadores pesquisados não tiveram alterações: o mercado financeiro segue projetando que 2022 vai terminar com uma alta de 0,30% do PIB, a Selic a 12,25% ao ano e dólar a R$ 5,50.

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IPCA fora da meta

O objetivo a ser perseguido pelo Banco Central é que a inflação fique em 3,5% neste ano, com tolerância de 1,5 ponto percentual (ou seja: a meta será cumprida se o IPCA ficar entre 2% a 5%).

Caso o governo não consiga cumprir a meta de inflação, será o segundo ano consecutivo que isso ocorrerá (em 2021 o IPCA ficou em 10,06%).

O relatório, que geralmente é divulgado pelo Banco Central às segundas-feiras, saiu nesta quarta-feira (2) devido ao feriado do Carnaval, em meio à invasão da Ucrânia pela Rússia e à decisão do governo federal de baixar o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em 25%.

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Pressão sobre a inflação

Especialistas avaliam que o impacto do conflito sobre os preços internacionais de petróleo, o fornecimento de fertilizantes e o funcionamento das cadeias globais de produção vai ampliar a pressão sobre a inflação brasileira. Por outro lado, a redução do IPI tende a aliviar o IPCA.

O relatório Focus aponta que a expectativa para inflação em 2023 aumentou marginalmente, de 3,50% para 3,51% (acima do centro da meta, que é de 3,25%).

A mediana para 2024 subiu pela terceira semana seguida, de 3,09% para 3,10% (também acima do centro da meta, que é de 3,00%). Mas a projeção para 2025 continuou em 3,00% (a meta de inflação para o ano deverá ser definida pelo Conselho Monetário Nacional em junho).

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No comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) de fevereiro, em que elevou a Selic em 1,5 ponto porcentual (para 10,75% ao ano), o Banco Central atualizou suas projeções para a inflação para 5,4% em 2022 e 3,2% em 2023.

Leia também:

PIB, Selic e câmbio

Para os demais indicadores (PIB, Selic e câmbio), as estimativas para 2022 seguiram inalteradas: alta de 0,30% do PIB, Selic a 12,25% ao ano e dólar a R$ 5,50.

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Para o crescimento da economia brasileira, o mercado também segue projetando uma alta de 1,5% em 2023, 2% em 2024 e 2% em 2025.

Para a Selic (taxa básica de juros da economia), a estimativa do Focus continuou em 8% no fim de 2023, oscilou de 7,38% para 7,25% em 2024 e permaneceu em 7,00% em 2025.

Para o câmbio, as expectativas de quanto estará custando US$ 1 caíram de R$ 5,36 para R$ 5,31 em dezembro de 2023.

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Relação dívida/PIB

O Focus também mostrou que a projeção para a relação dívida/PIB (indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o tamanho da economia do país) cedeu de 60,90% para 60,50% para 2022. Há um mês, a estimativa era que o indicador terminaria o ano em 62,35%.

A pesquisa do BC também apontou uma queda na previsão do tamanho do déficit primário deste ano, de 0,88% para 0,80% do PIB (há um mês esse porcentual estava em 1,00%), mas a do déficit nominal continuou em 8,00%.

O resultado primário reflete a diferença entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal inclui as despesas com os juros da dívida.

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Com Estadão Conteúdo

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