Redução da dívida é tarefa global, diz ministro alemão

Ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schaeuble, indica que a reunião do G20 neste fim de semana não deveria se concentrar somente na crise da zona do eeuro

Reuters

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BERLIM – Os Estados Unidos e o Japão deveriam compartilhar com a Europa a responsabilidade por garantir a estabilidade econômica mundial, disse o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schaeuble, indicando que a reunião do G20 neste fim de semana não deveria se concentrar somente na crise da zona do euro.

Em uma entrevista concedida antes do encontro de ministros das finanças e chefes de bancos centrais do Grupo dos 20 no México, Schaeuble afirmou que as principais economias têm de promover reformas estruturais e consolidação fiscal para retomar a confiança do mercado e construir um crescimento sustentável.

O ministro disse ainda em respostas por e-mail a questões enviadas pela Reuters que não vê perigo de atraso na introdução das normas de Basileia III sobre o capital dos bancos, que devem começar a ser postas em prática em fases a partir de janeiro.

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Schaeuble não quer que o encontro de dois dias do G20, na Cidade do México, se concentre exclusivamente na crise da zona do euro em detrimento de outras questões urgentes, tais como o “abismo fiscal” enfrentado pelos Estados Unidos e os problemas da dívida do Japão.

“Os Estados Unidos e o Japão têm uma responsabilidade tão grande quanto os europeus (para assegurar a estabilidade)”, disse ele.

“As economias do G20 têm de retomar decididamente a confiança por meio de reformas estruturais e políticas financeiras sustentáveis. Esta é a precondição mais importante para o fortalecimento das condições econômicas globais”, afirmou Schaeuble.

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“Sem consolidação e reformas nós corremos o risco de mais perda de confiança e crescimento ainda menor. Nenhum crescimento sustentável pode ser construído sobre uma montanha de dívida”, declarou o ministro, conhecido por sua defesa do rigor fiscal mesmo em épocas de recessão.

Nos Estados Unidos, a legislação existente vai elevar impostos e cortar gastos na casa dos 600 bilhões de dólares em 2013, a menos que os deputados tomem alguma medida. No entanto, republicanos e democratas ainda têm de chegar a um acordo sobre ações para evitar o “abismo fiscal”, que poderia levar à contração da economia.

O G20, que reúne as economias mais ricas e as emergentes, terá de avaliar seu progresso com base nas metas fixadas em sua cúpula de Toronto, dois anos atrás, acrescentou o ministro alemão. Na ocasião, os países desenvolvidos se comprometeram a cortar pela metade seu déficit orçamentário até 2013 e estabilizar a carga da dívida até 2015.

Espanha e Grécia
Schaeuble vem assumindo uma linha dura em relação à Grécia e outros membros mais fracos da zona do euro nestes três anos da crise da dívida soberana na região, insistindo em medidas de austeridade mesmo num momento em que suas economias mergulham mais fundo na recessão.

Mas ele fez comentários mais amenos sobre a Espanha, ao dizer que está no “caminho certo” e há sinais – vistos por exemplo na redução dos custos salariais e na conta corrente – de que os balanços da economia estão melhorando.

Schaeuble reiterou que a Grécia, ainda emperrada em conversações difíceis com seus credores internacionais, com a finalidade de evitar a bancarrota, tem de implementar as duras medidas que prometeu.