Recuperação da produção de carne bovina nos EUA deve levar meses

Segundo Klein, as margens de processamento de carne bovina dos EUA devem continuar “bem acima” do registrado há um ano nos próximos meses

Bloomberg

Bandeja de carne vermelha (Shutterstock)

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(Bloomberg) — Os consumidores de carne bovina nos Estados Unidos provavelmente continuarão a pagar preços mais altos do que o normal pelo produto diante das medidas para mitigar o risco de coronavírus, o que leva frigoríficos a operar com capacidade reduzida.

Essa é a avaliação de Tim Klein, presidente da National Beef Packing Co., grande produtora de carne nos EUA controlada pela Marfrig Global Foods. Atualmente, a National Beef opera com 85% da capacidade, em comparação com 100% há um ano e com a taxa atual do setor de 75%, disse Klein em entrevista por telefone na segunda-feira.

“Não espero que o setor volte a atingir a capacidade máxima antes do fim de junho, mais provavelmente em algum momento entre julho e agosto”, disse. “E, talvez, não voltemos aos mesmos níveis, porque hoje temos menos pessoas nas linhas de produção devido à separação das estações de trabalho, entre outras coisas.”

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Na terça-feira, durante teleconferência com analistas, Klein disse que o setor deve operar abaixo de 90% da capacidade instalada até julho.

Klein concedeu entrevista com o presidente da Marfrig, Miguel Gularte, que comanda as operações na América do Sul, no dia em que a empresa divulgou que seu Ebitda mais que dobrou no primeiro trimestre, em relação ao mesmo período do ano anterior, para R$ 1,2 bilhão. O resultado foi beneficiado por maiores vendas e margens nos EUA, que responde por mais de 70% da receita da Marfrig.

Segundo Klein, as margens de processamento de carne bovina dos EUA devem continuar “bem acima” do registrado há um ano nos próximos meses devido à sólida demanda e à ampla oferta de gado.

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Na América do Sul, as exportações aumentaram 65% em relação ao ano anterior, graças ao forte consumo chinês. As exportações agora respondem por cerca de 70% das vendas na América do Sul da Marfrig ante uma média histórica de aproximadamente 50%, segundo Miguel Gularte, diretor-presidente da Marfrig. A empresa tem o maior número de frigoríficos autorizados a exportar para a China.

Segundo Gularte, essa tendência deve continuar devido ao impacto da crise econômica no mercado doméstico, alta do dólar e forte demanda nos mercados de exportação.

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