Reajuste de combustíveis eleva projeção de inflação em 2022 para 9,2%, aponta FGV

Projeção anterior era de 9%; XP projeta um impacto de 18 pontos-base no IPCA nos próximos meses

Wellington Carvalho

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A inflação oficial do País – medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – pode chegar a 9,2% em 2022 com o reajuste anunciado hoje pela Petrobras no preço dos combustíveis, calcula André Braz, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV – Ibre).

No caso da gasolina, o reajuste foi de 5,18%, enquanto para o diesel atingiu 14,26%. A estatal manteve os preços do GLP (gás de cozinha). Em nota, a Petrobras reiterou seu compromisso com a prática de preços competitivos e em equilíbrio com o mercado.

Antes do aumento – que ocorre após quase cem dias de congelamento dos valores da gasolina nas refinarias – Braz trabalhava com uma inflação de 9% para este ano.

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Segundo ele, a elevação dos preços para 2022 pode subir ainda mais com o anúncio da estatal, mas há uma medida que pode mitigar este aumento: a redução do ICMS.

“Vamos ver, nos próximos meses, como ficará a discussão da redução do imposto para dimensionar, de fato, o impacto deste movimento na inflação de 2022”.

De imediato, o economista lembra que o reajuste da gasolina e do diesel acontece em uma data que já não pega o IPCA-15 de junho. Desta forma, explica, o índice que antecipa a inflação deste mês não vai captar o reajuste atual dos combustíveis.

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“Boa parte vai ficar para o IPCA de julho já que, mesmo para o índice deste mês, teremos apenas metade do aumento da gasolina e metade do aumento do diesel”, explica. “Isso porque boa parte da coleta dos preços deste mês já foi realizada”, completa.

Em relação ao consumidor, Braz afirma que o impacto não será na magnitude anunciado para as distribuidoras.

“O reajuste na distribuidora é de 5,18%, mas na bomba é algo em torno de um terço, que pode chegar a 2% no caso da gasolina”, prevê. O diesel segue a mesma dinâmica: subirá 14,26 na distribuidora e, nos postos, algo em torno de 5%”, afirma.

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Em rápido comunicado, a XP projeta um impacto de 18 pontos-base (bps) do reajuste no IPCA nos próximos meses. 17 bps no preço da gasolina e 1 bps no caso do diesel.

“Nós já tínhamos na conta reajuste de 10% na gasolina a partir de julho, então antecipamos parte do aumento”, aponta o texto. A instituição revisou de 0,69 para 0,77% a projeção do IPCA para junho e de 0,87 para 0,79% em julho.

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Wellington Carvalho

Repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. Acompanha as principais informações que influenciam no desempenho dos FIIs e do índice Ifix.