Reações ao BTG, BNDES pode ter favorecido JBS e mais 10 notícias no radar

Confira os principais destaques corporativos desta quinta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O noticiário volta a ser bombardeado por notícias sobre o BTG Pactual (BBTG11), depois da prisão de seu presidente, André Esteves, na manhã de ontem, que levou as units do banco ao menor patamar da sua história na Bolsa no pregão de quarta-feira (26).

Após o fechamento da Bolsa, o BTG anunciou um programa de recompra de até 23 milhões de units e vai tentar pleitear aval regulatório para poder comprar um volume de units superior ao limite previsto de 10%. O prazo da operação é de até 18 meses. 

Embora não dê para saber se a instituição já iniciou o programa, ontem, somente o BTG intermediou a compra de 10,4 milhões de units do banco na Bovespa, representando 45% das compras naquela sessão. Um volume que levou o banco a liderar as negociações com a ação, encerrando o dia com saldo líquido comprador 5,8 milhões de units. Depois de chegarem a cair quase 40% no pregão da véspera, as units do BTG encerraram em baixa de 21%.    

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Em reflexo à saida de Esteves, a agência de classificação de risco Moody’s colocou em revisão para rebaixamento o perfil de risco de crédito individual (BCA, na sigla em inglês) do BTG Pactual (BBTG11), “baa3”, e seus ratings.

A Moody’s também colocou em revisão para rebaixamento todos os ratings da dívida sênior, subordinada e híbrida do banco. “A medida sobre os ratings reflete a preocupação da Moody’s de que a recente prisão do presidente do BTG tenha um impacto no relacionamento do banco com seus clientes e contrapartes”, disse em comunicado.

Durante evento promovido pelo banco ontem à noite, o presidente interino do BTG Pactual, Persio Arida, buscou tranquilizar clientes, afirmando que o nível de solvência do banco é tranquilo e que o banco não é feito por apenas uma pessoa. Persio, ex-presidente do Banco Central e sócio do BTG Pactual, foi nomeado pelo Conselho de Administração para comandar o banco naquela tarde. 

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JBS 
Uma auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União), divulgada nesta quarta-feira, revelou indícios de “tratamento privilegiado” por parte do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) ao grupo JBS (JBSS3) – dono de marcas como a Friboi –, em empréstimos e outras operações financeiras. 

De forma preliminar, o TCU estima que uma única operação tenha gerado um prejuízo de R$ 614 milhões ao banco, em valores de 2008. O pedido para que a auditoria fosse realizada partiu da Câmara dos Deputados.

O BNDES informou, por meio de sua assessoria de imprensa, estar “tranquilo quanto à regularidade das operações” com o grupo JBS. O BNDES disse “considerar o fato de o trabalho do TCU não ser conclusivo, uma vez que a auditoria levantou indícios”. 

Copel
A Copel continuará com a concessão da hidrelétrica Parigot de Souza, no Paraná, mediante o pagamento de cerca de R$ 575 milhões em bônus de outorga ao governo federal, em leilão realizado ontem para oferecer aos investidores usinas cujos contratos de exploração estavam vencidos. 

Para o Credit Suisse, o valor pago parece positivo, projetando um retorno desalavancado de 10,7%, mas sendo importante notar que o retorno vai depender da execução ser eficiente na venda de energia e financiamento. Os analistas lembram que o histórico da Copel não é dos melhores e que ela tem 20% de sua energia de 2016 e 40% de 2017 ainda não contratadas. Com isso, apesar do preço parecer bom, eles não ficaram muito animados com a vitória da empresa no leilão.

Cemig
Já no caso da Cemig (CMIG4), que arrematou por R$ 2,21 bilhões um dos lotes em disputa no leilão de usinas hidrelétricas, os analistas do Credit Suisse comentaram que, apesar do valor ter sido atrativo (focando em Três Marias e Salto Grande, que representam 70% da capacidade), o mercado pode estar preocupado caso a companhia não tenha um consórcio, já que os R$ 2,2 bilhões podem impactar significativamente a alavancagem da empresa em 2016. Alem disso, a Cemig pode nao ter um opex tão baixo quanto um operador privado e, portanto, o retorno potencial pode ser reduzido, comentaram. 

Com a vitória no leilão ontem, a Cemig manteve sob seu domínio a usina de Três Marias, na Região Central do estado e outras importantes unidades, como Salto Grande, no Vale do Rio Doce.

Além disso, o STJ negou ontem recurso da Cemig contra a derrubada de uma liminar que mantinha com a companhia a concessão da usina hidrelétrica de São Simão, cujo contrato já venceu. A empresa alega ter o direito à prorrogação da concessão por mais 20 anos. No fim de junho, o STJ derrubou a liminar que mantinha a usina sob o controle da companhia mineira. Ainda assim, o Ministério de Minas e Energia determinou que a Cemig continuará responsável pela operação da hidrelétrica até que um leilão seja realizado e esses ativos passem para um novo controlador.

Siderúrgicas
Expectativa é grande em relação a uma decisão do governo sobre o aumento da alíquota do imposto de importação sobre aço – o que puxou fortemente as ações das siderúrgicas na semana passada.

O governo decidiu criar um grupo de trabalho para discutir a situação de toda a cadeia produtiva do setor e o impacto que teria para produtores e consumidores a elevação do tributo. A decisão foi tomada em reunião entre a presidente Dilma, os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, do Desenvolvimento, Armando Monteiro, e o presidente do Instituto Aço Brasil, Marco Polo Mendes, que representa os produtores. 

BR Properties
A companhia de investimentos em imóveis comerciais BR Properties (BRPR3) informou que concluiu a venda à BRE Ponte Participações de cinco ativos imobiliários pelo valor bruto de R$ 694 milhões. 

A venda inclui dois galpões industriais em Atibaia (SP) e Jarinu (SP), um imóvel de varejo e um escritório comercial na cidade de São Paulo e um galpão industrial em Vinhedo (SP), disse a empresa em fato relevante divulgado na noite de quarta-feira. 

A venda de outros imóveis inclusos no contrato, com valor bruto de R$ 371 milhões, “está sujeita à implementação de determinadas condições e será realizada oportunamente”, segundo a BR Properties.

Petrobras 
Segundo cálculos do BTG Pactual, a Petrobras (PETR3; PETR4) precisaria de reajuste nos combustíveis de 50% para reduzir a dívida. No entanto, os analistas lembram que resolver a questão do endividamento por meio de reajuste de preços nas bombas não é tão fácil assim.

Atualmente, os preços da gasolina já estão 24% acima da paridade e os do diesel estão 32% acima da paridade.  

Vale
A Vale (VALE3; VALE5) vai promover reunião com o mercado de capitais em Nova York, em 1° de dezembro, a partir das 13h15 (horário de Brasília). 

Além disso, a BHP Billiton disse na quinta-feira que os rejeitos na lama liberada com o rompimento da barragem da mineradora Samarco, joint venture da BHP e Vale, em Minas Gerais e que poluíram o Rio Doce estão quimicamente estáveis e não mudarão sua composição na água. As declarações da BHP vêm depois de a Organização das Nações Unidas afirmar que a lama do rompimento das barragens é tóxica.

A Samarco teve rating rebaixado pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s de “BB+” para “BB-“. 

Gol
A Gol (GOLL4) informou nesta quarta-feira que a demanda por voos domésticos da empresa caiu a um ritmo maior que o corte de oferta promovido pela empresa no período, em meio a retração da economia, que atingiu também o segmento internacional. 

Enquanto a oferta doméstica da Gol recuou 5,1% em outubro sobre o mesmo período do ano passado, a demanda caiu 9%, o que levou a taxa de ocupação a recuar 3,3 pontos percentuais, a 76,1%.

Segundo a empresa, o corte na oferta em outubro ficou em linha com a previsão de redução nos assentos disponíveis nos voos domésticos da empresa para o quarto trimestre, da ordem de 5% a 7%.

Inepar
A Inepar (INEP4) aprovou aumento de capital por emissão particular no valor de R$ 84 milhões. A operação será feita por meio de emissão de 23,7 milhões de novas ações ordinárias.  

Magnesita
Magnesita (MAGG3) propós desdobramento de uma ação em cinco, após grupamento de 25 ações por uma. 

Tegma
A Tegma (TGMA3) teve rating rebaixado de “Ba3” para “B1” pela Moody ‘s.

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