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As ações da Raízen (RAIZ4) fecharam em forte alta nesta segunda-feira (18), impulsionadas pela notícia de que a Petrobras (PETR4) avalia uma entrada estratégica na companhia, joint venture entre a Cosan e a Shell, como parte de seu plano de retorno ao mercado de etanol e de expansão em energia limpa. As ações da Raízen subiram 10,58%, a R$ 1,15.
Segundo apuração do O Globo, as alternativas em estudo incluem a aquisição de ativos ou a compra de participação acionária, com decisão prevista até o fim de 2025. A Raízen, maior produtora mundial de etanol de cana-de-açúcar, controla 29 usinas e uma rede de mais de 8 mil postos Shell, mas registrou recentemente prejuízo de R$ 1,8 bilhão diante de desafios setoriais.

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O movimento pode reforçar a estratégia de diversificação da Petrobras, mas encontra obstáculos como a cláusula de não competição com a Vibra (VBBR3), válida até 2029. A iniciativa se alinha ao plano estratégico 2025–2029 da estatal, que prevê US$ 111 bilhões em investimentos, sendo US$ 2,2 bilhões destinados ao etanol, com prioridade para parcerias que acelerem a escala de atuação.
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Para o Bradesco BBI, o movimento pode gerar cautela entre investidores para a Petrobras, já que o setor é historicamente volátil e apresenta margens baixas em um mercado doméstico cada vez mais abastecido por etanol de milho.
Na visão dos analistas, qualquer potencial investimento da Petrobras na Raízen deveria excluir a área de distribuição, devido às cláusulas de não competição firmadas com a Vibra no segmento de combustíveis.
A Ativa Investimentos, por sua vez, comenta que o foco da Petrobras deveria permanecer em exploração e produção (E&P), atividade de maior retorno e alinhada ao seu core business. No entanto, considerando que o atual plano estratégico já prevê aportes relevantes em biocombustíveis, a associação com um player líder como a Raízen faz sentido e seria uma escolha racional nesse contexto.
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O ponto de atenção, segundo a corretora, é a área de distribuição de combustíveis: não está claro se a parceria também incluiria esse segmento, diante da cláusula de não competição firmada entre Petrobras e Vibra, válida até 2029. Caso essa restrição seja impeditiva, a Ativa avalia que as duas companhias poderiam costurar um acordo para manter a estatal fora da rede de postos.
Vale ressaltar que a Reuters noticiou na reta final do pregão que as avaliações preliminares da Petrobras para retomar investimentos em etanol, embora não excluam o biocombustível feito a partir da cana-de-açúcar, estão mais propensas à rota do milho como matéria-prima. Assim, se um eventual acordo caminhar mesmo para alguma aquisição de fatias em empresas produtoras de etanol de milho, isso excluiria a Raízen (RAIZ4), que tem apenas a cana como a matéria-prima nas mais de 20 usinas em operação.