Raízen (RAIZ4) cai mais de 5% após prévia operacional e descontinuação do guidance

Raízen anunciou nesta que vai encerrar a operação recorrente de sua planta piloto de etanol de segunda geração localizada no Parque de Bioenergia da Costa Pinto

Felipe Moreira

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As ações da Raízen (RAIZ4) fecharam com forte desvalorização na sessão desta segunda-feira (20), com investidores repercutindo os dados operacionais do terceiro trimestre da safra 2024/2025 e a descontinuação da divulgação do guidance financeiro, em razão dos acontecimentos em andamento na companhia. A ação da companhia recuou 5,39%, cotado a R$ 1,93.

O Itaú BBA avalia que a produtividade da cana-de-açúcar e as taxas de conversão de açúcar foram impactadas negativamente por déficits hídricos e incêndios florestais (esmagamento caiu 27% na base anual), levando a resultados abaixo do esperado.

Já a produção de etanol de segunda geração (E2G) atingiu 18,5 milhões de litros, alta de 23% na base trimestral, com a retomada das operações na Planta Bonfim 2. A planta piloto de Costa Pinto, por sua vez, encerrará as operações regulares.

Enquanto isso, os volumes de vendas no Brasil variaram entre 6,8 a 6,9 milhões de m³, um recuo de 4% na base anual, enquanto os volumes de vendas na América Latina aumentaram 3% na comparação anual, entre 1,9 a 2,0 milhões de m³ (metro cúbico).

Diante disso, o BBA prevê um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado de R$ 3,375 bilhões para a Raízen no trimestre, com uma Margem Ebitda (Ebitda sobre receita) ajustada de R$ 127/m³ para o negócio de Mobilidade no Brasil. Para o lucro líquido, a previsão de R$ 202 milhões.

O Itaú BBA manteve recomendação equivalente à compra e preço-alvo de R$ 4,50.

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O Bradesco BBI, por sua vez, classificou os números relatados como negativos, pois a cana-de-açúcar processada provavelmente fechará o ano agrícola abaixo da expectativa de 82 milhões de toneladas.

A equipe de análise do BBI também espera uma queda sequencial no EBITDA devido a volumes menores de açúcar e etanol (próprios), apesar dos preços mais altos do etanol.

Além disso, o BBI acredita que as margens para o setor de distribuição de combustíveis no Brasil ficaram mais baixas no 4T24 em comparação ao 3T24, o que pode dificultar uma recuperação sólida para as margens da Raízen, apesar dos bons volumes no trimestre.

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Enquanto isso, na avaliação do BBI, a descontinuação da orientação vem conforme o esperado, dado o desempenho recente e as mudanças em andamento dentro da empresa.

Segundo BBI, o Ebitda da Raízen deve atingir R$ 13,8 bilhões para 2025, abaixo da faixa inferior da projeção anterior.