Após maior IPO do ano, o que esperar para as ações da Raízen? Analistas veem potencial de alta de 85%

Bank of America, Bradesco BBI, Credit Suisse e UBS BB iniciaram cobertura para as ações da companhia, com recomendação de compra

Mariana Zonta d'Ávila

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SÃO PAULO – Responsável pela maior oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da Bolsa brasileira em 2021, levantando R$ 6,9 bilhões em agosto, a Raízen (RAIZ4) vem chamando a atenção de analistas do mercado financeiro, com novas casas iniciando cobertura e vendo boas perspectivas para a empresa, em especial na frente de energias renováveis.

Na semana passada, o UBS BB iniciou a cobertura dos papéis RAIZ4 com recomendação de compra, destacando perspectiva de crescimento favorável, e preço-alvo de R$ 9,60 – o que implica potencial de alta da ordem de 48% ante o último fechamento.

Em relatório, os analistas destacam a atuação da companhia em energias renováveis e açúcar, áreas que, segundo o time de análise, atingiram uma escala difícil de igualar, permitindo à Raízen surfar o cenário favorável e que, segundo eles, é estrutural, para as commodities.

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O UBS também visualiza um mercado estruturalmente mais apertado para o açúcar no curto, médio e longo prazos, suportando esse novo patamar de lucratividade.

Além do UBS BB, outras três outras casas iniciarem a cobertura dos papéis da companhia nesta segunda-feira (13): Bradesco BBI, Bank of America e Credit Suisse.

Com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 10, o que implica potencial de alta da ordem de 54%, o Bradesco BBI avalia que a Raízen está bem posicionada para um futuro de energias renováveis.

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“Com a expectativa de aumentar significativamente seu já considerável braço de renováveis, vemos a Raízen como uma peça-chave de descarbonização em um mundo onde a luta contra o aquecimento global está ganhando uma relevância cada vez maior”, escrevem os analistas.

O time de análise chama atenção ainda para a tecnologia comprovada da companhia em biocombustíveis, com grande potencial de crescimento, que “alavancam os ativos de alta qualidade já existentes”.

Assim como o BBI, o Credit Suisse também iniciou cobertura de Raízen com recomendação outperform (acima da média do mercado) e preço-alvo de R$ 10.

“A Raízen tem a ambição de crescer em negócios ambientalmente sustentáveis e quase triplicar seu lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) nos próximos dez anos; isso se soma a uma base de ativos sólida existente na produção de açúcar e etanol, bem como na distribuição de combustível no Brasil e na Argentina”, escreve.

Segundo o time de análise, o bom momento dos mercados de açúcar e etanol, com preços atrativos, fornece um “colchão” de valuation “significativo”, bem como os fluxos de caixa necessários para financiar as ambições de crescimento da empresa.

O banco também se diz otimista com o negócio de distribuição de combustíveis no Brasil, com ventos favoráveis vindos da privatização de refinarias e demanda crescente à medida que a economia doméstica se recupera nos próximos anos.

Na avaliação do Credit Suisse, Raízen apresenta uma oportunidade viável para os investidores ganharem exposição às energias renováveis e ao potencial de crescimento de um sólido pipeline de projetos no setor de energias renováveis no Brasil.

“Além disso, o recente IPO da Raízen e a geração de fluxo de caixa de sua base de ativos existente devem fornecer à empresa fundos suficientes para executar seu ambicioso pipeline de projetos”, escrevem os analistas.

Empresa de destaque no segmento

Com a visão de que a Raízen é uma empresa “única” na cadeira de abastecimento de bioenergia, o Bank of America iniciou a cobertura das ações RAIZ4 com preço-alvo de R$ 12, o que implica upside da ordem de 85% em relação ao último pregão.

Em relatório, o BofA diz ver oportunidades “consideráveis” de crescimento para os negócios já existentes da companhia, que devem gerar, segundo os analistas, uma taxa de crescimento anual composta em Ebitda de 10% entre 2022 e 2025. Isso deverá ser amparado, na avaliação do time de análise, por um sólido balanço e forte geração de caixa, que devem permitir dividendos sustentáveis, defende o banco.

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Demais justificativas para a recomendação incluem espaço significativo para utilizar a capacidade de suas usinas, perspectiva positiva para os preços de açúcar e etanol, além da oportunidades de ganho de participação na distribuição de combustíveis no Brasil, potencializada pela privatização das refinarias da Petrobras e demais iniciativas, como o aplicativo “Shell Box”.

Para os analistas do banco americano, os resultados da companhia devem melhorar consideravelmente em um horizonte de dois a três anos, impulsionados por maiores volumes de moagem de cana, preços elevados de commodities, bem como ganhos de participação de mercado e melhora nas margens.

Segundo o BofA, os recursos captados no IPO devem ajudar a empresa a financiar sua expansão robusta em direção a biocombustíveis, bem como, promover a recuperação de suas operações de cana-de-açúcar.

Em meio ao início de cobertura por diversas casas, às 14h (horário de Brasília), os papéis RAIZ4 subiam 7,69%, a R$ 7,00 na sessão desta segunda-feira.

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