Quem é melhor: Carrefour ou Pão de Açúcar? Analistas vão às compras para descobrir

Eles queriam saber por que o Carrefour tem apresentado um crescimento superior em vendas (no conceito mesmas lojas) do que o Grupo Pão de Açúcar

Paula Barra

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SÃO PAULO – Os analistas do Brasil Plural decidiram deixar suas cadeiras no escritório na Faria Lima e foram a campo para responderem a seguinte questão: qual supermercado oferece a melhor experiência aos clientes pelos menores preços? Eles queriam saber por que o Carrefour tem apresentado um crescimento superior em vendas (no conceito mesmas lojas) do que o Grupo Pão de Açúcar (PCAR4). 

No quarto trimestre, o Carrefour seguiu mostrando resiliência em seus resultados do quarto trimestre, com crescimento de 10% em suas vendas na comparação anual, enquanto o Pão de Açúcar registrou avanço de apenas 1% – uma brusca desaceleração frente ao crescimento de 7,8% no segundo trimestre do ano passado. O que a dupla de analistas Guilherme Assis e Victor Falzoni, do banco, descobriu é que o Pão de Açúcar não tem sido tão agressivo quanto a empresa tem alardeado. 

Para chegar a essa conclusão eles visitaram nove supermercados, hipermercados e atacarejos na Grande São Paulo para compararem preços e experiência de compras. Na lista, eles colocaram 17 produtos de marcas líderes e alta distribuição, entre arroz Tio João, feijão Camil, papel higiênico Neves, sabonte Dove, entre outros. O resultado aparece a seguir.

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O que o carrinho dos analistas disseram:

O que eles observaram é que – como já pode-se imaginar – os atacarejos (Atacadão e Assaí) oferecem os melhores custo-benefício, enquanto no Pão de Açúcar os preços são os mais elevados. No Atacadão, a lista saiu 17,2% mais barata, enquanto no Assaí, 13,4%. 

Para eles, a resposta é que o hipermarcado se tornou um formado perdido entre dois mundos, mas ainda assim o Carrefour tem conseguido ser mais agressivo em promoções, principalmente nos clientes mais sensíveis a preços e que estão dispostos a migrar para outra marca, o que explicaria, em parte, seu crescimento frente ao Pão de Açúcar. Esse sentimento negativo aos hipermercados foi mais sensível quando eles foram em unidades instaladas em bairros mais “premium” de São Paulo – como Itaim, no centro financeiro da capital. 

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Além disso, eles apontaram que o Pão de Açúcar falhou por não ter marcas-líderes em estoque. “Temos duas hipóteses para isto: ou eles estão muito duros com fornecedores para segurar os repasses de inflação de alimentos, ou estão deliberadamente forçando o consumidor a comprar a marca própria, a Qualitá”, comentam. 

Apesar dos pontos citados acima, eles veem espaço para o Pão de Açúcar melhorar sua performance em vendas, mas que com a entrada de Abilio Diniz recentemente no Carrefour o potencial dele crescer ainda mais é grande, o que deve dividir as atenções dos investidores locais. Eles reforçam que o Carrefour tem um forte potencial em suas operações, com destaque para a marca Atacadão e lojas Express, o que competiria diretamente com o nicho do Pão de Açúcar em ser mais agressivo na expansão dos novos formatos de lojas de bairro. 

Veja a lista de compras dos analistas:

Vale lembrar que ontem à noite o Pão de Açúcar reportou seu resultado do quarto trimestre, mostrando lucro líquido de R$ 919 milhões, valor 21,3% maior do que no mesmo período do ano passado. No acumulado do ano, o lucro ficou em R$ 2,08 bilhões, contra R$ 1,74 bilhão em 2013. (Para conferir os números, clique aqui).