Queda das bolsas “ainda nem começou”, mas o Bitcoin já pode ter alcançado o fundo, diz pioneiro da análise técnica no Brasil

Para o analista Fausto Botelho, fundador da Enfoque, a criptomoeda já pode ter deixado a região dos US$ 20 mil para trás

Paulo Barros

Publicidade

A retomada das bolsas mundiais nesta semana após resultado positivo do Goldman Sachs não deve durar e as ações globais ainda deverão cair forte e desembocar em uma recessão nos Estados Unidos, disse ontem Fausto Botelho, fundador da Enfoque e pioneiro da análise técnica no Brasil, em entrevista ao Cripto+.

Defensor do Bitcoin (BTC), Botelho acredita, no entanto, que a criptomoeda vai sobreviver à crise e sair do outro lado mais forte – e descorrelacionada da Nasdaq, junto da qual vem caminhando desde o ano passado.

Botelho apoia sua tese na Retração de Fibonacci, uma ferramenta de análise técnica que se baseia na psicologia humana para projetar correções de preço – e que já se mostrou efetiva para prever os caminhos das bolsas americanas ao longo dos anos, especialmente quando se foca no longo prazo.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

“Nós ainda temos mais 28% a 50% de queda [no Dow Jones], o que significa que o mundo vai ficar de 28% a 50% menos rico. Acontecendo isso, vai acontecer uma recessão”.

O analista ressalta que, em meio a uma recessão, o dinheiro deve começar a fazer o movimento esperado – que já começou – de ir em busca de ativos seguros, como o dólar e os títulos do Tesouro americano. Mas, para o especialista, a situação da moeda americana desta vez é diferente de crises anteriores.

“Temos que por aspas na segurança, porque em 2009 [na crise do sub-prime], os EUA deviam US$ 9 trilhões, hoje devem US$ 30 trilhões. Em 2009, a taxa de juros era consideravelmente mais alta que está hoje, e a inflação era 2%”, explica Botelho, para quem a virada de chave do Bitcoin vem em uma segunda etapa desse movimento.

Continua depois da publicidade

“Primeiro os investidores vão para o dólar, mas, num segundo momento, eles vão ter que ver decidir o que fazer com aquele negócio que está desvalorizando de 15% a 20% ao ano. Para onde eles vão? Imóveis? Está nas alturas. Ações? Acho que não. Bonds? Deve subir”, diz.

“Sobram as coisas consideradas como reserva de valor, como ouro, prata e terras agriculturáveis – que não tem tanta disponível para comprar – e Bitcoin”.

O analista técnico ressalta que a queda do Bitcoin parou até agora em um nível chave que coincide com uma linha de tendência de alta de uma década, perto dos US$ 20 mil, e que isso é um bom sinal. Por outro lado, aponta que nada estará a salvo no curto prazo quando uma nova queda brusca do mercado acionário vier.

Apesar disso, o analista pontua que o BTC sobe bem mais rápido durante períodos curtos de retomada (como agora), e por isso pode ter subido o suficiente para manter os US$ 20 mil a salvo durante um novo sell-off nas bolsas.

“Se subir agora até US$ 28 mil ou US$ 30 mil, que seria o próximo alvo, estamos falando de uma alta de 36%. Se daqui a pouco o mercado americano de ações cai, o Bitcoin pode cair 10%, por exemplo, até US$ 27 mil, e depois voltar a subir. É possível que estejamos vendo isso”.

Após amanhecer em leve queda, abaixo dos US$ 22 mil, a criptomoeda se recupera e é negociada às 14h30 a US$ 23.168, com ganhos de 4,8% nas últimas 24 horas – na semana, a alta passa de 15%.

Até onde as criptomoedas vão chegar? Qual a melhor forma de comprá-las? Nós preparamos uma aula gratuita com o passo a passo. Clique aqui para assistir e receber a newsletter de criptoativos do InfoMoney

Paulo Barros

Editor de Investimentos