Quando o modelo de desenvolvimento da HBR, novata na Bolsa, deve levar ao pagamento de dividendos?

CEO e CFO da empresa participaram de live do InfoMoney e falaram sobre impactos da pandemia e as projeções para 2021 em um cenário ainda incerto

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Uma das empresas mais recentes a estrear na Bolsa, a incorporadora HBR Realty (HBRE3) tem um modelo de negócios diferente de boa parte das companhias do setor imobiliários no mercado, e isso faz com que, por enquanto, ela não foque em pagar dividendos aos acionistas.

“Somos uma companhia de desenvolvimento”, definiu André Agostinho, CEO da HBR, em live do InfoMoney. “Esse nosso aspecto é importante porque é desenvolvendo a custo que eu consigo gerar os melhores yields para a companhia”, explica ele.

Segundo o executivo, a performance robusta da empresa ocorre exatamente por conta desse modelo de desenvolvimento. Por outro lado, o ciclo de desenvolvimento acaba sendo mais longo, sendo que só começa a gerar receita quando o empreendimento é efetivamente entregue.

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“Você compra o terreno, constrói e só começa a ter a entrada dos recursos quando entrega. Para um prédio corporativo AAA, esse ciclo dura cerca de 5 anos. No segmento ComVem é um pouco menos, em torno de um ano, mas que pode ser mais dependendo do modelo do projeto”, afirma Agostinho.

A HBR foi fundada por Henrique Borenstein, o mesmo fundador da Helbor, e tem seu foco no desenvolvimento de propriedades urbanas por meio de quatro plataformas: HBR 3A (prédios corporativos de alto padrão), HBR Malls (shoppings center), ComVem (centros e conveniência) e HBR Opportunities (outras classes, como hotéis e estacionamentos).

Luiz Henrique Peres, CFO da companhia, explica também que a HBR tem um grande ciclo de desenvolvimento para colocar em prática e que atualmente tem uma combinação de “ativos amadurecendo”, outros ainda no processo de desenvolvimento e mais alguns que são novos.

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Por conta dessa estrutura, Agostinho destaca que a previsão é que a companhia pague dividendos para os acionistas a partir de 2023 ou 2024, sendo que existe a possibilidade disso ser antecipado.

“Não temos propósito de ser uma companhia de retenção de ativos, aquela companhia que tem vários prédios corporativos, um volume relevante de malls. Nosso objetivo é desenvolver, ou seja, comprar, construir, buscar a maturidade e aí dar a saída desse ativo, retornando o capital para a companhia e reciclando”, explica.

A entrevista faz parte do projeto Por Dentro dos Resultados, no qual CEOs e outros executivos importantes de empresas da Bolsa comentam os balanços do quarto trimestre de 2020 e o desempenho anual das companhias, e falam também sobre perspectivas. Para não perder as próximas lives, que acontecem até o início de abril, se inscreva no canal do InfoMoney no YouTube.

Na entrevista, a dupla também explicou o motivo para a HBR ter desistido da Oferta Pública Inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) em 2020, para realizar a entrada na Bolsa por meio de uma oferta restrita.

Segundo Agostinho, desde 2013, com a entrada da gestora Dynamo com um aporte primário, a companhia já estava se estruturando e pensando em um modelo focado na chegada desse momento de abrir o capital.

Peres destaca que tudo estava pronto para a estreia da HBR na Bolsa no início de 2020, mas com o estouro da pandemia, os planos precisaram ser adiados. Mesmo assim, a companhia decidiu seguir os preparativos e no fim do ano passado concluiu o processo para ser tornar uma S.A. aberta.

“Entendemos que havia uma oportunidade ali, que era o momento da empresa é muito bom”, diz o CFO explicando a opção de seguir em frente com a oferta mesmo com um cenário conturbado.

Agostinho completa ainda destacando que a decisão por uma oferta restrita se deu por ela ter um rito mais célere e simples, acelerando o processo, mesmo que tenha ficado restrito a um grupo apenas.

Os executivos falaram ainda sobre o impacto do aumento dos custos de construção sobre a companhia, como a pandemia afetou os diferentes segmentos de negócios dela e as projeções otimistas para o futuro. Assista à live completa acima.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.