Qual é o limite tolerável de endividamento para uma MPE?

Problema surge quando empresa não sabe ao certo aonde quer chegar e enfrenta crise financeira

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É fato que endividamentos acontecem e é preciso saber lidar com eles, bem como entender até que ponto são, digamos, “saudáveis”. Parece estranho? Pois de acordo com o diretor da Mercatus – Educação em Negócios, Alessandro Saade, às vezes, o empresário prevê o endividamento.

“Ele se endivida para produzir mais, contratar mais ou expandir a empresa. Vamos supor que o objetivo seja investir na exportação de produtos ou atender um aumento de demanda ocasionado pelo fracasso das concorrentes. Dívidas desse tipo podem ser toleráveis e até mesmo benéficas”.

Sinal amarelo

O problema é quando a empresa não sabe ao certo aonde quer chegar, isto é, não tem objetivos esclarecidos, e enfrenta uma crise financeira. “Quando o empreendedor perde o controle sobre a dívida, as taxas de juros muito altas podem inviabilizar o negócio”, avisa Saade.

Análise de Ações com Warren Buffett

Algumas organizações têm 70% de seu patrimônio em dívidas. “É uma situação temerária. Apesar do cenário positivo da economia, a dívida pode não se reverter em lucro”, afirma.

O especialista lembra que as grandes empresas se endividam muito, bem mais do que as pequenas. Mas as MPEs (micro e pequenas empresas) não podem se espelhar nelas. “A grande se endivida mais porque o dinheiro para elas é mais barato”.

Dica para um endividamento saudável

Saade explica que não existe uma fórmula ou regra para o endividamento ideal. Os valores máximos, que não prejudicam uma empresa, dependem do segmento de atuação, da situação no mercado e dos objetivos. “O limite permitido para uma dívida é uma questão de análise custo/benefício”.

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Para ele, as empresas quebram por excesso de otimismo. “Elas se endividam acreditando em um bom retorno. Mas, quando não há retorno, elas tendem a se endividar de novo e de novo”.

Portanto, a dica é ter cautela ao contrair dívidas e tentar analisar a situação de maneira racional, tentando se afastar da tendência natural dos empreendedores de ter uma relação muito afetiva com o negócio. “O vínculo afetivo mascara resultados negativos”.