Próximo da correção? Bank of America Merrill Lynch traduz os sinais do mercado

Banco baseia-se nos fundamentos da análise técnica e nos ciclos de mercado para traçar o prognóstico deste mês

Rafael Souza Ribeiro

Publicidade

SÃO PAULO – De maio até final de julho, era unânime a tendência de alta nos mercados mundiais. Até o último pregão, os índices S&P 500 e Dow Jones registravam variação anual positiva de 11,16% e 6,21%, respectivamente, sem falar do ritmo ainda mais favorável das bolsas emergentes.

Como é de se esperar, o movimento de alta foi subsidiado pelo volume empregado pelos investidores na ponta compradora, conforme mostra o VIM (Volume Intensity Model) elaborado pelo Bank of America Merrill Lynch.

No mês de julho, a linha de acumulação (compra) abriu um gap de alta em relação à linha de distribuição (venda), diferença que os analistas traduzem em um linguajar comum: os comprados estão progredindo no mercado e os vendidos deixados de lado.

Continua depois da publicidade

Como já dizia Charles Dow, pai da análise técnica moderna, o volume deve confirmar a tendência, assim como as médias móveis. Não contraindo os pressupostos básicos, a média móvel de 200 dias do S&P 500 deixou sua tendência lateral e iniciou um movimento de alta, atestando as premissas de que o “pior já passou”, ressaltam os analistas.

Ciclos do mercado contradizem a tendência

Nos últimos tempos, os investidores, à procura de definição, recorreram aos ciclos do mercado para nortear os rumos do investimento. Setembro e agosto, lembra o banco, são os meses de topo, precedidos de correções mais fortes.

Desde 1928, foram feitos 11 topos em agosto e 32 em setembro, lembra a equipe, o que, segundo os cálculos, representa um risco de correção entre 15% e 20% para o período compreendido de setembro a outubro.

Continua depois da publicidade

Aliado à premissa, o S&P 500 testou a retração de 61,8% (1.014 pontos) dos números de Fibonacci vinda de outubro de 2007 até o fundo do mercado em março, por onde passa também a média móvel de 15 meses, reforçando a resistência.

Tendo em vista a correção, a equipe traça suportes em 993 pontos e 944 pontos, patamar subsidiado pela importante média móvel de 50 dias. Acima da retração de 61,8%, resistência nos 50%, ou seja, 1.121 pontos.

De olho nos chineses

Não é de hoje que os analistas discutem a possível bolha do mercado chinês, que subiu mais de 90% neste ano. O topo duplo formado em julho, assim como no Ibovespa, reforça a ideia do esgotamento da tendência de alta, afirma a equipe, de olhos fixos no desempenho do índice da bolsa de Xangai.

Continua depois da publicidade

Isto porque, de acordo com o banco, o mercado chinês pode ser um sinalizador da futura tendência, já que “liderou a queda no bear market e a recuperação” vista em 2009.

Além dos múltiplos valorizados das ações, incitando venda, o Baltic Dry Index, que mede o preço do frete de commodities, entrou em correção através de um canal de baixa sinalizado no gráfico diário, rumo ao teste da LTA (Linha de Tendência de Alta) principal, o verdadeiro “divisor de águas” do índice no curto prazo.

Planilha

Resultados do 3º trimestre

Acesse gratuitamente a planilha secreta do InfoMoney para acompanhar a temporada de balanços. Clique no link abaixo para receber a sua por email.