M.Dias Branco vai desdobrar suas ações – mas quais as consequências “psicológicas” e práticas desta operação?

Tomando por base a cotação às 11h30 desta quinta, de R$ 141,14, as ações devem abrir o pregão da próxima segunda-feira (17) sinalizando R$ 47,04

Mário Braga

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SÃO PAULO – Os acionistas da M. Dias Branco (MDIA3) aprovaram nesta quinta-feria a proposta de desdobramento dos papéis da empresa na proporção de um para três.

Desta forma, o capital social da empresa líder na fabricação de massas e biscoitos no País passará a ser representado por 339 milhões de ações ordinárias, ante 113 milhões anteriormente, todas nominativas, escriturais e sem valor nominal.

Com a alteração, válida a partir da próxima segunda-feira (17), o valor de cada papel passa a ser um terço do registrado antes da operação. Dessa forma, o patrimônio dos acionistas não é alterado, mas os ativos passam a ser negociados em quantias mais baixos.

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Tomando por base a cotação às 11h30 desta quinta, de R$ 141,14, as ações devem abrir o pregão da próxima segunda-feira (17) sinalizando R$ 47,04.

Consequências
Uma das consequências típicas dos desdobramentos é aumentar a liquidez do papel. Com um valor de face mais baixo, o ativo fica acessível mais investidores e passa a entrar no radar daqueles que têm menos capital disponível para investir.

Segundo Marco Saravalle, analista da XP Investimentos, operações de desdobramento historicamente têm efeitos positivos sobre as ações. “Apesar de, na prática não mudar nada para o investidor, já que ele segue com o mesmo valor financeiro em mãos, os aspectos psicológicos de uma valor mais baixo da ação fazem muita diferença”, explicou.

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Segundo o especialista,  a percepção dos investidores é de que é muito mais difícil para um papel de R$ 100 dobrar de valor do que um de R$ 10, sendo que, na prática, não há diferença.

Além do fator psicológico, Saravalle destaca ações de valores elevados dificultam a construção de carteiras recomendadas, por exemplo. “Se você tem cerca de R$ 10 mil para distribuir entre vários ativos e recomenda uma comprar um lote de 100 ações que valem quase R$ 100, você precisa fracionar os lotes de outros papéis”, exemplifica. 

Outro ponto, acrescenta o analista, é a dificuldade em comparar ações de um mesmo setor que têm cotações em patamares muito distintos. “Historicamente, você tem um papeís do mesmo setor na relação entre 0,8 e 1,2 vez os valores um do outro. Quando essa relação é de 10 vez, dá a impressão de que o ativo está caro. Na mesma faixa de preço, os ativos ficam mais comparáveis”, afirma.

A soma destes elementos, explica Saravalle, pode levar até mesmo a revisões de analistas no médio prazo. “Só tem fator positivo”, diz,