Protestos de caminhoneiros perdem força; 5 estados ainda registram interdições

Em áudio, presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pediu que as estradas sejam liberadas para não atrapalhar a economia

Dhiego Maia

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SÃO PAULO – A manifestação de caminhoneiros, que trava rodovias federais de Norte a Sul do país há dois dias, vem perdendo a força no início da tarde desta quinta-feira (9).

Ao menos cinco estados continuam afetados pelos bloqueios. Pela manhã, o número alcançava 15 unidades federativas com interdições, de acordo com o Ministério da Infraestrutura.

O tráfego de veículos foi liberado nos estados de Rio Grande do Sul, Paraná, Espírito Santo, Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Rondônia e Pará.

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Em Roraima, segundo a pasta, o trânsito está liberado, mas ainda há abordagem a veículos de cargas.

Já nos estados de Bahia, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina os bloqueios seguem em vigor.

Entre as 8h e 11h (de Brasília), o ministério também disse que a PRF (Polícia Rodoviária Federal) havia liberado novos corredores logísticos essenciais para o escoamento de cargas, como trechos da BR-116, em Feira de Santana (BA) e na cidade de Vacaria (RS); da BR-101, em Igarassu (PE), Sergipe e Bahia; e na BR-392, em Pelotas (RS).

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Sem estarem representados por nenhuma entidade setorial, os caminhoneiros autônomos travam o tráfego das rodovias federais em apoio ao governo de Jair Bolsonaro (sem partido).

O estopim que desencadeou os atos ocorreu após o dia 7 de setembro, feriado da Independência, quando Bolsonaro convocou protestos em prol de seu governo e destilou críticas contra a atuação dos ministros do STF (Superior Tribunal Federal).

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Em um áudio que circula nas redes sociais, Bolsonaro chamou os manifestantes de “aliados”, mas pediu que os bloqueios fossem encerrados para não atrapalhar o abastecimento de alimentos e a economia.

Na maioria dos casos, os atos não têm barrado a passagem de carros pequenos, de veículos de emergência e nem de transportes com carga perecível.

“Isso provoca desabastecimento, inflação e prejudica todo mundo, em especial, os mais pobres. Então, dá um toque nos caras aí, se for possível, para liberar, tá ok? Para a gente seguir a normalidade”, disse o presidente, que também prometeu se reunir ainda nesta quinta com alguns representantes da categoria para negociar o término das manifestações.

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Reação

Pulverizados, os protestos ganharam contornos específicos pelos estados. Os caminhoneiros já disseram que manterão os atos “até quando o povo quiser”. Mas o consenso é de que os bloqueios poderão terminar ainda no final da noite desta quinta.

Parlamentares questionaram o Ministério da Justiça sobre a demora da Polícia Rodoviária Federal em cessar os bloqueios.

Um ofício assinado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e pelos deputados Tabata Amaral (sem partido) e Felipe Rigoni (PSB-ES) pede explicações à pasta da Justiça sobre o que tem sido feito contra os protestos.

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“As consequências do movimento são graves para o país e empresas temem a falta de combustível nas próximas horas. A população não aguenta mais”, escreveu Rigoni em suas redes sociais.

O Ministério da Justiça foi procurado pelo InfoMoney, mas ainda não se manifestou.

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Dhiego Maia

Subeditor de Finanças do InfoMoney. Escreve e edita matérias sobre carreira, economia, empreendedorismo, inovação, investimentos, negócios, startups e tecnologia.