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SÃO PAULO – A parceria anunciada nesta semana pela Cetip (CTIP3) junta à norte-americana FNC era o passo que faltava para a maior registradora, depositária e plataforma eletrônica para ativos de renda fixa e derivativos de balcão na América Latina ingressasse de uma vez no tão promissor mercado imobiliário. Após conversar com diversos players internacionais, a empresa brasileira escolheu a principal fornecedora de tecnologia e dados para o setor nos Estados Unidos depois de negociarem por cerca de nove meses.
A companhia pretende atuar parecido com o que ela faz no segmento automobiístico: enquanto com o mercado de gravames ela faz uma espécie de intermediação entre os bancos e os Detrans – posição consolidada após a aquisição da GRV Solutions em 2010 -, a expectativa dessa parceria com a FNC é de atuar fazendo o “meio de campo” entre instituições financeiras e os cartórios.
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Apesar da semelhança, há muitos pontos que diferem esses dois nichos de mercado, explica Roberto Dagnoni, vice-presidente da unidade de financiamentos da Cetip, em entrevista ao Portal InfoMoney. “A grande diferença é que temos cerca de 27 Detrans e mais de 3 mil cartórios no Brasil”, disse Dagnoni. Conforme ele explica, a evolução dessa parceria dependerá de diversos fatores externos, que passam desde a legislação brasileira até a decisão do Banco Central e, por conta disso, o vice-presidente prefere não trabalhar com projeções e metas de prazo – a única estimativa apresentada pela empresa é de que o projeto deve ser lançado em julho de 2013.
No caso do BC, a Cetip fica na expectativa do detalhamento do projeto de atuação na área de financiamento imobiliário, conforme a Resolução nº 4088 do CMN (Conselho Monetário Nacional), editada em maio. “Falta o Banco Central definir qual o prazo e quais os dados que serão exigidos para registrar as garantias nos contratos de financiamento, explica Dagnoni. Segundo a Resolução, todos os bancos serão obrigados a registrar as garantias nos contratos de financiamentos de imóveis em um sistema de registro e de liquidação financeira autorizado pelo BC.