Projeto de nova lei de segurança nacional da China em Hong Kong aumenta tensão global e derruba bolsas pelo mundo

Índice Hang Seng, de Hong Kong, caiu 5,5%, no pior pregão desde 2015; decisão da China ocorre no momento de escalada das tensões entre o país e os EUA

Equipe InfoMoney

(Getty Images)

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A tensão entre China e Estados Unidos gera um novo pregão de perdas nos principais mercados globais de ações. O estopim dessa vez foi o desejo, expressado pelo governo chinês, de impor uma nova lei de segurança nacional em Hong Kong, o que que daria ao Partido Comunista chinês mais controle sobre a cidade semiautônoma.

Ontem, um porta-voz do Legislativo chinês informou que parlamentares vão deliberar sobre um projeto de resolução para reforçar mecanismos de segurança com o objetivo de “interromper atividades subversivas e a interferência estrangeira” em Hong Kong. O Congresso Nacional do Povo, que iniciou sua reunião anual nesta sexta, deve aprovar a resolução na próxima semana.

Há menos de um ano, Hong Kong foi palco de violentas manifestações populares, motivadas por um polêmico projeto de lei que permitiria a extradição de suspeitos de crimes para a China continental.

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“A lei de segurança de Hong Kong na agenda do Congresso Nacional do Povo, em Pequim, causa insegurança nos mercados à medida que crescem os riscos de conflito entre Estados Unidos e China e novos protestos em Hong Kong ”, avaliaram, em relatório, analistas do Mizuho Bank.

É essa tensão que derrubou os mercados na Ásia. O Hang Seng Index, de Hong Kong, despencou 5,56%, na pior sessão para o índice desde julho de 2015. O índice Sanghai SE fechou com queda de 1,89%. Já em Tóquio, o Nikkei 225 registrou variação negativa de 0,80%.

A decisão da China em relação a Hong Kong ocorre no momento de escalada das tensões entre China e Estados Unidos, com troca de acusações sobre a extensão e origem da pandemia causada pelo coronavírus. O presidente americano, Donald Trump, já mostrou intenção de retaliar a China no âmbito tributário. Além disso, o Senado dos Estados Unidos aprovou, na quarta-feira, uma lei que pode restringir a presença de empresas chinesas em Bolsas americanas.

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Ontem, Trump afirmou que haverá uma “reação muito forte” de Washington se a China seguir adiante com seu plano para Hong Kong.

“Os riscos geopolíticos são significativos. É uma preocupação, uma fonte de fraqueza e correção para o mercado “, afirmou, à Bloomberg, David Riley, estrategista-chefe de investimentos da BlueBay Asset Management.

Vale destacar ainda que, na reunião legislativa que começou hoje, a China decidiu não fixar uma meta para seu Produto Interno Bruto (PIB) em 2020, num reconhecimento dos desafios que enfrenta em meio a esforços para amortecer os impactos da covid-19, como é conhecida a doença provocada pelo coronavírus. É a primeira vez que o governo chinês não estabelece uma meta numérica de crescimento desde 1994.

O mau humor predomina em escala global. Os futuros americanos operam em baixa. O Dow Jones cai 0,55% e o S&P 500 recua 0,97%.

Na Europa, o pregão também é de perdas. O Euro Stoxx cai 0,82% e o DAX, de Frankfurt, recua 0,88%. A ação do HSBC, com uma significativa presença na Ásia, caem cerca de 5%.

O aumento dos conflitos entre as duas maiores economias do mundo ocorre no momento em que o mundo ainda lida com as perdas causadas pela pandemia do coronavírus, que já infectou mais de 5 milhões de pessoas em todo o mundo e causou 335 mil mortes.

(Com Agência Estado)

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