Programa de saúde pública de Obama deve beneficiar Providência, diz CEO

Obamacare deve garantir demanda para a empresa brasileira em sua operação nos Estados Unidos, destaca Hermínio de Freitas

Felipe Moreno

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SÃO PAULO – A reeleição de Barack Obama como presidente dos Estados Unidos beneficiará a Cia Providência (PRVI3), destacou Hermínio de Freitas, CEO (Chief Executive Officer) da companhia em entrevista ao InfoMoney, nesta quarta-feira (7). O executivo da companhia de não-tecidos ressaltou suas perspectivas positivas para o setor e para a companhia em seus principais mercados: América Latina e EUA. 

A companhia acaba de registrar Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) recorde de R$ 36,1 milhões no terceiro trimestre de 2012 – uma expressiva alta de 14% frente o mesmo período do ano passado. O lucro líquido ficou em R$ 18,9 milhões, alta de 23,1%, em receitas de R$ 166,7 milhões.

“Esse trimestre tivemos dois eventos importantes, frente o mesmo período do ano passado”, ressalta Freitas. A companhia viu a sua nascente operação norte-americana atingir a maturidade e conseguir crescimento, além de iniciar a produção de sua segunda máquina na planta de Pouso Alegre, em Minas Gerais.

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“A operação norte-americana entrou em velocidade de cruzeiro e a entrada da máquina foi muito tranquila, sem maiores problemas”, afirma. Ele destaca que esse tipo de início sempre acarreta em algum problema operacional, mas que desta vez não foi o caso – colaborando para um crescimento das receitas já neste trimestre.

Obamacare será benéfico nos EUA
Um dos pontos principais da empresa, que produz fraldas infantis e fraldas geriátricas – entre outros produtos -, deverá ser o crescimento do mercado norte-americano. “O mercado norte-americano vai crescer, mesmo que em termos percentuais abaixo do sul-americano, o crescimento absoluto será grande por conta do seu tamanho enorme”, avalia Freitas. 

O executivo ressalta: o Obamacare, o audacioso programa de saúde pública apoiado pelo presidente democrata, deverá beneficiar a empresa. “O Obama sendo reeleito deve ajudar toda a indústria de healthcare”, avalia. Ele destaca seu fornecimento para várias empresas que seriam beneficiadas com as medidas, o que garantiria um estímulo de demanda – para a qual a Providência espera estar posicionada para conseguir se beneficiar. 

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“Vamos haver uma melhora para a empresa, a nova máquina por lá está operando em plena capacidade e ano que vem deveremos ter uma nova”, afirma. A companhia é de um setor, industrial, bastante capital intensivo, e precisa realizar vultuosos investimentos para continuar 

Dívida elevada deve recuar
Freitas ressalta que os volumosos investimentos realizados pela companhia a fizeram apresentar um crescimento em seu endividamento – que pulou 47,8% no trimestre. “Mas a relação deve cair e a saúde financeira da companhia deve melhorar”, avalia Freitas. 

“Nossa perspectiva é positiva também para o Brasil e na América do Sul, onde o carro chefe continua a ser a fralda infantil”, afirma. O executivo destaca que não há todo um mercado para ser capturado, e criado por aqui, já que o idoso brasileiro sofre dos mesmos problemas que o norte-americano, europeu e japonês – mas não tem o costume de usar fraldas geriátricas. 

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“E eu diria que a gente deve crescer junto com um mercado que vai crescer mais que o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro”, destaca. Ele acredita que a companhia deve continuar a manter o crescimento de volumes, mas ressalta algumas pedras pelo caminho – como o cenário macroeconômico e a possível oscilação dos preços de resinas petroquímicas. 

“Crescidendo”
Freitas também destaca a sua atual política de dividendos, que tem garantido alguma remuneração aos investidores – mesmo em um ambiente de capital intensivo. “Estamos tentando equilibrar os investimentos, o endividamento e a remuneração”, alerta o executivo. 

Com isso, ele adotou uma política de remunerar os investidores, ao mesmo tempo que busca ampliar a produção da companhia. “Nosso modelo tem dado certo até agora, não vejo nenhum motivo para mudar”, finaliza Freitas.