Professor da PUC aponta crescimento de até 1,5% em 2015

"Mesmo com a deterioração das contas públicas, com um déficit de 3% do PIB, o superávit, no melhor dos casos, chega a 1% do PIB, o que não é uma situação aguda de crise fiscal", disse

Estadão Conteúdo

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O economista Antônio Corrêa, professor doutor do Departamento de Economia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), afirmou nesta quinta-feira, 16, que o Brasil tem condições de recuperar o crescimento econômico no médio prazo, mas que, em 2015, com o início de um ajuste gradual, o Produto Interno Bruto (PIB) deve avançar apenas entre 1% e 1,5%.

Em teleconferência da GO Associados, Corrêa, ao contrário de outros economistas, avaliou que o Brasil está mais bem preparado para ajustes na economia que no passado, minimizou o superávit primário baixo e a inflação próxima ao teto da meta de 6,5% ao ano.

“Mesmo com a deterioração das contas públicas, com um déficit de 3% do PIB, o superávit, no melhor dos casos, chega a 1% do PIB, o que não é uma situação aguda de crise fiscal”, disse Corrêa. “Ao contrário do que muitos dos meus colegas acham, a inflação brasileira não é alta, mas resistente ao redor de 6% porque houve mudança na composição, com uma maior participação no indicador do item alimentos”, completou.

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Corrêa afirmou que a inflação aqui é também um problema conjuntural e não estrutural, enfrentado ainda por países com economias semelhantes à do Brasil e que passam por uma transição demográfica com o encarecimento dos serviços, por exemplo. “A inflação na Índia é de 7,2% (ao ano). África do Sul e Rússia também têm inflação parecidas”, disse.

Por isso, Corrêa, ex-diretor do Departamento de Economia da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), considerou que a alta na taxa de juros no Brasil não pode ser justificada pelo aumento da inflação. Segundo ele, com a taxa de juros brasileira favorável ao capital especulativo, o custo de oportunidade de investimento produtivo no Brasil “se torna proibitivo” e esse financiamento só ocorre com o aporte de bancos públicos.

Corrêa considerou ainda que o Brasil tem ainda “uma boa base de saída” para suportar pressões externas, com US$ 375 bilhões de reservas, o que permite ao País “fazer ajuste gradual das contas externas, administrando o principal fator do déficit externo que é a taxa de câmbio”. O governo conta ainda com o fim da defasagem dos preços administrados de combustíveis, com a queda no preço de petróleo.

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Outro fator positivo ao Brasil, na avaliação do economista da PUC-SP, é fluxo alto de Investimento Estrangeiro Direto (IED) no País, em torno de US$ 65 bilhões por ano, o que mostra a aposta do investidor externo no longo prazo. “O investidor que está indo para o Brasil não olha 2015, olha de 10 a 15 anos para frente. A logística e infraestrutura, gargalos aqui no curto prazo, se tornam oportunidade para aportes de investimentos diretos”.

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