Professor americano compara Donald Trump a um dos maiores golpistas financeiros da história

"Aqueles que reconhecem o perigo têm a obrigação de expressar como Trump, o Bernard Madoff da política americana, está pronto para roubar a alma dos EUA", afirma Chris Edelson

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em meio a uma bizarra eleição presidencial dos EUA, analistas políticos têm feito diversas comparações sobre o candidato republicano, Donald Trump. Será que ele pode ser comparado com o presidente russo Vladimir Putin ou ao ator Bill Bogert que entrou na campanha presidencial de 1964? 

Nenhuma dessas alternativas, segundo o professor American University’s School of Public Affairs, Chris Edelson. Em artigo para Market Watch, Edelson destacou que Trump pode ser comparado a um homem bem mais conhecido do mercado: nada menos que Bernie Madoff, um dos maiores golpistas do mercado financeiro da história. Madoff foi condenado a 150 anos de prisão por onze crimes, dentre eles fraude contra o sistema financeiro, lavagem de dinheiro e perjúrio.  O professor ressalta que o esquema Ponzi de Madoff atraiu investidores com uma expectativa de retorno consistente, apresentando a seus clientes e reguladores financeiros com indicadores externos de respeitabilidade e sucesso. 

“Claro, era apenas uma ilusão baseada em falsas promessas. Os lucros impressionantes não eram reais – Madoff estava apenas transferindo dinheiro de alguns investidores para os outros na esperança de fazer as pessoas acreditarem que eles estavam colhendo os benefícios de magia financeira”, ressalta. Ele ressalta que, por um bom tempo, Madoff conseguiu iludir o mercado, com o mercado demorando décadas para descobrir a fraude.

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Para o professor, nesta eleição presidencial, apenas alguns meses se separam da verdade sobre o jogo de Trump – e as apostas, é claro, são muito mais elevadas. “Como Madoff, Trump está executando um esquema baseado em promessas que não pode cumprir – como deportações em massa de mais de 10 milhões de imigrantes sem documentos, a proibição de imigrantes muçulmanos para os EUA e o retorno de empregos na indústria”, afirma. Para o professor, Trump apresentou a ilusão de ter uma campanha presidencial, “mas não há nada de substância lá, como até mesmo alguns outros republicanos reconheceram”.

“Como o esquema Ponzi de Madoff, é possível que a campanha de Trump vá entrar em colapso por conta de seu próprio peso. Os jornalistas que tentaram identificar operações para a campanha de Trump em 50 estados descobriram que muitos números de telefone de contato listados não funcionaram, alguns escritórios não tinham sites ou números listados e apenas seis escritórios respondiam a telefonemas”, ressalta o professor.

Edelson ressalta ainda que houve sérias dificuldades na Convenção Republicana desta semana, com resistência de Ted Cruz em apoiar Trump; porém, os republicanos tentam se aproximar do candidato do partido.

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“Até o próprio Marco Rubio, que justamente chamava Trump um vigarista, agora suporta Trump. Isso é lamentável, para dizer o mínimo. Aqueles que reconhecem o perigo de Trump têm a obrigação de expressar como Trump, o Madoff da política americana, está pronto para roubar a alma dos EUA”, concluiu Edelson. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.