Produção da Petrobras cresce 14,6% no primeiro trimestre e chega a 2,9 milhões de barris

Segundo a empresa, efeitos negativos da recessão global provocada pela crise do coronavírus não chegaram a impactar de forma substancial as vendas

Anderson Figo

Plataforma da Petrobras na Baia da Guanabara, no Rio de Janeiro(Mario Tama/Getty Images)

SÃO PAULO — A produção da Petrobras (PETR3PETR4) no primeiro trimestre de 2020 foi de 2,909 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed), alta de 14,6% ante os 2,538 milhões de boed em igual período do ano passado. Na comparação com o quarto trimestre de 2019, houve uma queda de 3,8%.

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A queda trimestral refletiu, principalmente, o desinvestimento de 50% do campo de Tartaruga Verde e da venda da participação societária que a estatal detinha na Petrobras Oil & Gas B.V., encerrando integralmente as atividades operacionais na África. O impacto dos desinvestimentos na produção do trimestre foi de, aproximadamente, 84 milhões de barris por dia.

Segundo a empresa, os efeitos negativos da recessão global provocada pela crise de saúde pública com o coronavírus não chegaram a impactar de forma substancial a performance da produção e vendas no período entre janeiro e março deste ano.

Nos três primeiros meses do ano, a produção comercial da Petrobras foi de 2,606 milhões de boed, com produção de petróleo de 2,320 milhões de barris por dia. É um avanço de 13,3% na produção comercial e de 17,7% na produção de óleo frente ao mesmo período de 2019.

O desempenho, segundo a empresa, se deve “ao ramp-up das plataformas que entraram em produção em 2018 e 2019 (P-74, P-75, P-76 e P-77 no campo de Búzios, P-67 e P-69 no campo de Lula e P-68 nos campos de Berbigão e Sururu)”.

A Petrobras destacou ainda que a plataforma P-77, no campo de Búzios, atingiu em janeiro de 2020 a capacidade de produção de 150 mil de barris por dia em apenas 10,4 meses.

No entanto, sobre o quarto trimestre de 2019, a produção comercial da empresa caiu 4,5%, enquanto a produção de petróleo sofreu uma baixa de 3,1%.

Pré-sal

A produção nos campos do pré-sal se manteve no mesmo patamar que no trimestre anterior porque, segundo a Petrobras, a entrada de novos poços compensou o maior número de paradas de manutenção nos campos de Lula e Búzios.

Quando comparado ao primeiro trimestre de 2019, houve aumento de 48,9%, o que reflete “o expressivo ramp-up dos sete sistemas que entraram em produção em 2018 e 2019 e a estratégia da companhia em focar suas atividades em ativos de classe mundial em águas profundas e ultra-profundas”.

Já a produção de óleo do pós-sal em águas profundas e ultraprofundas foi 8,8% inferior ao trimestre anterior,
devido, principalmente, à conclusão da venda de 50% do campo de Tartaruga Verde. Na comparação com o mesmo período do ano passado, houve uma redução de 15,1%.

Derivados

As produções de diesel e gasolina foram menores quando comparadas com o primeiro e quarto trimestres de 2019, devido às menores vendas no mercado interno, com destaque para o período a partir do final de março, refletindo as ações de contenção e isolamento social devido à pandemia da Covid-19.

O volume de produção de diesel caiu 2,1% na comparação anual e recuou 2,5% na comparação trimestral. Já o volume de vendas de diesel para o mercado interno teve quedas de 12,6% e 12,5%, respectivamente, na mesma base de comparação.

Enquanto isso, o volume de produção de gasolina caiu 7,9% na comparação anual e recuou 5,3% na comparação trimestral. O volume de vendas de gasolina para o mercado interno teve baixas de 14,3% e 13,8%, nesta ordem.

A produção de querosene de aviação no primeiro trimestre de 2020 foi 8% maior quando comparada com o trimestre anterior, com o volume de vendas caindo 7,4% na comparação com o mesmo período.

Em relação ao primeiro trimestre de 2019, a produção foi 4,4% menor, acompanhando também as menores vendas (-11,1%). A queda nas vendas ocorreu de modo acentuado a partir do final do trimestre, com a redução expressiva do mercado de transporte aéreo associado aos efeitos do coronavírus, segundo a Petrobras.

Queda na demanda global

“O petróleo tem sido e será ainda por muito tempo essencial para o funcionamento da economia moderna. Estamos fortemente comprometidos em promover a resiliência da Petrobras ao cenário global extremamente hostil à indústria do petróleo”, afirmou o presidente da estatal, Roberto Castello Branco, em nota.

“Apesar dos enormes desafios estamos confiantes que com a dedicação e o talento de nossos colaboradores concretizaremos esse objetivo. As lições aprendidas nesta crise contribuirão para nos transformar numa companhia mais forte e geradora de valor”, completou.

Para lidar com a dramática contração da demanda global de petróleo, estimada em 25-30 milhões de barris por dia no segundo trimestre de 2020, a Petrobras reduziu a produção de óleo em abril para 2,07 milhões de bpd e o fator de utilização de suas refinarias de 79% para 60%, ao mesmo tempo em que reforçou a capacidade logística de exportação de petróleo cru, diesel e óleo combustível.

“Tais medidas têm contribuído para a geração de caixa e o declínio de estoques, permitindo a manutenção de folga razoável na capacidade de estocagem, evitando consequentemente a adoção de medidas custosas como o afretamento de navios para armazenar líquidos”, afirmou a companhia.

“O ambiente de incertezas se reflete numa dinâmica bastante fluida dos mercados o que nos exige seu monitoramento contínuo visando à otimização da gestão da capacidade produtiva.”

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Anderson Figo

Editor de Minhas Finanças do InfoMoney, cobre temas como consumo, tecnologia, negócios e investimentos.