PRIO (PRIO3): fracasso por Albacora tira catalisador para ação, mas empresa tem outras “avenidas de crescimento”

Decisão não afeta o desinvestimento em curso do Campo de Albacora Leste, cuja venda foi assinada em 28 de abril

Felipe Moreira

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A Petrobras (PETR3 PETR4) comunicou na noite de quinta-feira (9) o encerramento do processo competitivo para venda da concessão de Albacora, que será mantida integralmente na carteira da estatal, após não chegar a um consenso sobre avaliação com PRIO (PRIO3), ex-PetroRio.

A Petrobras dará continuidade ao projeto de revitalização de Albacora, que inclui o desenvolvimento de produção do reservatório de Forno, localizado no pré-sal de Albacora.

Importante frisar que a decisão não afeta o desinvestimento em curso do Campo de Albacora Leste, cuja a venda foi assinada com PRIO em 28 de abril.

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Analistas do Credit Suisse avaliam a notícia como negativa para PRIO, “pois remove uma potencial vantagem para a tese de investimento – embora não tenha sido incorporada no caso base”. No entanto, a “PRIO continua a ter muitas vias de crescimento, apesar de Albacora”, complementam.

Por outro lado, time de research do Itaú BBA avalia o anúncio como neutro, uma vez que os investidores já estavam atribuindo uma alta probabilidade de um resultado infrutífero para a operação por causa da lentidão das negociações. Na verdade, o banco acredita que há uma indicação positiva por eliminar a incerteza que esta situação lançava sobre as perspectivas da empresa, liberando a ação para responder adequadamente ao crescimento orgânico que vem apresentando a partir de seus planos de revitalização em andamento.

Dessa forma, BBA reitera avaliação outperform (equivalente à compra) para PRIO, com preço-alvo de R$ 45, o que representa um potencial de valorização de 64% frente a cotação de fechamento da véspera de R$ 27,55.

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Por fim, analistas do Itaú BBA ressaltam que a estimativa de valor justo não considerou o Campo de Albacora, e contempla a criação de valor esperada a partir contínua revitalização do Campo de Frade e o desenvolvimento futuro dos Campos de Wahoo e Albacora Leste.

O Bradesco BBI destaca que o valor do campo embutido em seu preço-alvo anterior para 2023 de R$ 49 por ação era de R$ 8 por ativo, e foi baseado em uma suposição relativamente conservadora do campo atingindo produção de 80 mil barris por dia (kbpd) em cinco anos, de 20kbpd no primeiro ano.

“Embora Albacora possa ser transformadora para a empresa, achamos que o mercado já está antecipando o fim do processo de desinvestimento devido aos atrasos no processo e notícias recentes que já afirmavam que o processo de desinvestimento não seria concluído. Além disso, os valores discutidos pelas empresas eram provavelmente maiores do que nossa premissa original de US$ 2 bilhões, e exigiriam uma grande emissão de dívida ou mesmo uma oferta de continuação para financiar a aquisição, o que poderia ser desafiador no atual cenário de altas taxas de juros”, avalia. O preço-alvo para PRIO3 é de R$ 41, ou potencial de alta de 49% frente o fechamento da véspera.

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A Levante Ideias de Investimento aponta que, apesar de o campo de Albacora ser um ativo que aumentaria substancialmente a produção e as reservas da PetroRio, o motivo deste desfecho é tranquilizador.

“Segundo a Junior, a companhia ofereceu o valor máximo que poderia gastar para a compra do ativo, e uma oferta mais alta não traria o retorno desejado. Dessa forma, preferimos enxergar o lado positivo da história, no qual a empresa mantém sua disciplina financeira e a busca de geração de valor acima de uma aquisição a qualquer preço”, aponta.

Os analistas da casa lembram ainda que, apesar do grande potencial do ativo, não o incluiu em seu cenário base, o
deixando como uma opcionalidade.  Mesmo sem o ativo, avaliam, a PetroRio já possui diversos projetos para os próximos anos que visam aumentar sua produção e a eficiência de seus campos, incluindo o de Albacora Leste.

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“Seguimos otimistas com a tese de PetroRio, acreditando que, na cotação atual, os ativos de seu portfólio não estão bem precificados, e muito menos os projetos futuros. O conservadorismo e a disciplina financeira da gestão nos dão mais confiança na geração de valor do case”, aponta a Levante.

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