PRIO (PRIO3) e Enauta (ENAT3): como os analistas viram os dados de produção?

Petroleiras divulgaram dados operacionais de fevereiro na noite de terça-feira (5)

Felipe Moreira

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A PRIO (PRIO3) apresentou na última terça-feira (5) uma produção média diária de 82,813 mil barris de óleo equivalente (boe) em fevereiro deste, representando uma redução de 13,4% frente o mês imediatamente anterior e abaixo das estimativas do JPMorgan.

Já a produção no campo de Frade apresentou uma redução de 22,3% na base mensal, atingindo 40,2 mil boed, devido a uma falha no compressor de gás que levou ao desligamento de poços durante o mês. A produção de Albacora Leste também sofreu uma falha no gerador, limitando a capacidade de injeção de água no campo e reduzindo a produção para 26,6 mil boed.

Por outro lado, a produção de Polvo +TBMT permaneceu estável em fevereiro, atingindo 16,0 mil boed. Em comparação com as expectativas para o 1T24, a produção média de janeiro e fevereiro de 89,2 mil boed está 5,6% abaixo de nossas estimativas revisadas de 94,5 kboed. De acordo com JPMorgan, a diferença é impulsionada principalmente pela produção de ABL de 27,3 mil boed, que ficou 8,5% abaixo das estimativas, combinada com a produção de Frade, que ficou 4,6% abaixo das expectativas de 48,2 mil boed.

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Segundo a PRIO, a reparação do compressor de gás de Frade foi concluída em 29 de fevereiro, enquanto a geração de energia de Albacora deverá ser normalizada até março.

As retiradas de óleo totalizaram 4,9 milhões de barris nos meses de janeiro e fevereiro combinados, correspondendo a cerca de 57% da estimativas do JPMorgan para o 1T24, com a contribuição de Frade ficando aquém das expectativas, mas ABL alcançando 67,2% do total esperado para o trimestre.

Na avaliação do Goldman Sachs, os números relatados apresentam riscos de baixa para as previsões de consenso para o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) no 1T24. O Goldman ainda ressalta que dados de alta frequência da ANP (reguladora de petróleo e gás) já indicavam uma produção mais fraca no campo de Frade para o mês.

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Enquanto isso, em Albacora Leste, a empresa afirmou que a produção foi impactada por uma falha no gerador, limitando a capacidade de injeção de água no campo. A PRIO espera a normalização da produção no campo até março.

O Goldman Sachs acredita que o próximo grande catalisador será a aprovação da licença para o projeto Wahoo, onde a visibilidade permanece baixa. A avaliação continua favorável, pois o banco espera que a PRIO para entregue o maior rendimento fluxo de caixa (FCFy) sob sua cobertura de petróleo em 2024, mesmo sem considerar o projeto Wahoo.

O Itaú BBA, por sua vez, avalia a produção de fevereiro como negativa e ressalta o impacto potencial que falhas de equipamentos podem ter na produção consolidada de uma operação offshore. “Olhando para o futuro, com Albacora Leste desempenhando este ano um papel fundamental na condução da produção da empresa, caso o primeiro petróleo da Wahoo atrase, a eficiência do FPSO será crucial para permitir a ligação dos poços perfurados”, comenta.

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O Goldman Sachs, BBA e JPMorgan, contudo, mantiveram recomendação equivalente à compra, com preço-alvo de, respectivamente, R$ 67,60, R$ 58 e R$ 63.

Enauta

Já a Enauta (ENAT3) divulgou seus dados operacionais preliminares de fevereiro com balanço diário consolidado produção de 27,0 mil barris de óleo equivalente por dia (boepd), um aumento de 5% na base mensal.

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Em Atlanta, a produção do campo totalizou 21 mil boepd em fevereiro (estável). Essa estabilidade é atribuída ao desempenho consistente dos três poços e à plena utilização da capacidade de o Petrojarl I.

Também houve uma atualização sobre a FPSO Atlanta. A Enauta observou que, em 14 de fevereiro, o primeiro submarino multifásico para sistema de bombeamento (MPP), fabricado pela OneSubsea, foi entregue no Rio de Janeiro e será instalado no 2T24. Os outros dois módulos estão em fase final de testes e fase de comissionamento na Noruega e deverão ser entregues no 2T24. A empresa reiterou a sua meta para o primeiro petróleo até agosto deste ano.

Em Manati, a produção no campo se manteve em relação aos meses anteriores do 4T23, revertendo a redução observada em janeiro.

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“A nossa visão é positiva”, ressaltou o Itaú BBA sobre os números. Os dados operacionais de fevereiro, embora um tanto esperados na sua visão através dos dados de produção da ANP, ressaltam a estabilidade dos três poços em Atlanta e a capacidade total do Petrojarl I. “Também saudamos o progresso do FPSO Atlanta dentro do cronograma e reforço do primeiro óleo da empresa até agosto”, avaliou. O BBA tem recomendação equivalente à compra para a ação, com preço-alvo de R$ 21.