PRIO mais perto de pagar dividendos? As sinalizações da petroleira no Investor Day

Petroleira pretende estabelecer uma política de retorno aos acionistas no próximo ano

Felipe Moreira

Campo de Frade (Reprodução: PRIO)
Campo de Frade (Reprodução: PRIO)

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A PRIO (PRIO3) realizou na segunda-feira (8) seu Dia do Investidor, reunindo sua liderança para apresentar atualizações estratégicas e operacionais em todo o seu portfólio.

O Itaú BBA destacou como ponto central a intenção clara da petroleira de estabelecer uma política de retorno aos acionistas no próximo ano, uma medida há muito aguardada pelos investidores, especialmente à medida que a empresa reduz seu endividamento após a aquisição de Peregrino.

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O banco ressaltou ainda a forte cultura corporativa da PRIO e sua busca consistente por retornos atrativos por meio de alocação de capital disciplinada ao longo da história. Segundo o Itaú BBA, a companhia reafirmou seu compromisso em gerar altos retornos mantendo uma estrutura operacional de baixo custo e agora se encontra livre das restrições externas que causaram contratempos nos últimos dois anos.

O banco observou que a conquista dos próximos marcos importantes, como a primeira produção de petróleo em Wahoo e a integração e otimização de Peregrino, dependerá exclusivamente da execução da própria empresa.

Na avaliação da XP, a alavancagem da PRIO é o melhor indicador de quanto capital pode ser distribuído pros acionistas nos próximos dois anos. A alavancagem está atualmente em cerca de 2,3 vezes Dívida Líquida/EBITDA e a PRIO quer chegar a 1,0 vez até o final de 2027, supondo que o Brent fique em US$ 60 o barril e que não ocorram grandes transações. De acordo com estimativas da XP, essa meta de alavancagem seria alcançada mais cedo em 2027 se a PRIO não distribuísse nenhum capital.

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Segundo a Genial, a petroleira está trabalhando na formatação de uma política de dividendos a ser divulgada até o final do 1º semestre de 2026. Essa decisão ocorre após anos de operação e uma série de aquisições bem-sucedidas, quando a administração considera que a empresa será capaz de gerar caixa em volume suficiente para suportar seu plano de investimentos, eventuais aquisições e, ao final, distribuir dividendos aos acionistas.

A Genial ainda observou que os dividendos deverão estar condicionados às métricas tradicionais do setor, como endividamento, preço do petróleo e geração de caixa, o que é considerado natural e esperado.

O Goldman Sachs destacou que, embora o valuation da PRIO seja considerado atrativo, com FCFy (rendimento de fluxo de caixa livre) estimado de cerca de 30% para 2026, a geração de caixa deverá ser prioritariamente destinada à redução da dívida, limitando recursos para aquisições ou remuneração relevante aos acionistas no curto a médio prazo. Além disso, ressaltou que, devido ao curto ciclo dos ativos, esse nível de FCFy pode não ser sustentável no médio e longo prazo, e que sua equipe global de commodities projeta preços do Brent significativamente abaixo da curva futura para o próximo ano.

O JPMorgan, por sua vez, enfatizou que 2026 será um ano de execução, com foco em disciplina de capital e geração de caixa, destacando o ramp-up de Peregrino e Wahoo para atingir 200 mil barris equivalentes por dia (boed), o que, aliado a custos baixos, será fundamental tanto para a redução da alavancagem quanto para potenciais dividendos.

Operacional

A Genial Investimentos avaliou que o Investor Day da PRIO reforçou os vetores de criação de valor da empresa, destacando o avanço de Wahoo, o potencial de Peregrino com sinergias e redução de custos, e a evolução operacional de Albacora Leste e Frade. A estratégia comercial também foi fortalecida, com otimização de blends, ampliação de mercados e aumento de margens. A análise indica que 2026 deve ser um ponto de inflexão, com maior produção, custos menores, previsibilidade de caixa e disciplina na alocação de capital.

Em termos de produção, espera-se que a PRIO termine 2025 com uma produção de petróleo de cerca de 150 mil barris de petróleo por dia (bpd). A produção aumentará então para cerca de 200 mil bpd em meados de 2026, impulsionada pelo início das operações de Wahoo e pelo encerramento dos restantes 20% de Peregrino.

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A partir de 2027, a empresa planeia manter a produção em torno dos 200 mil bpd. Para atingir esses níveis de produção, a administração da PRIO estima um capex orgânico de US$ 450 a 500 milhões para 2026 e mais próximo de US$ 450 milhões em 2027. A expectativa é que esses níveis de capex alocados em oportunidades de perfuração em ABL e Frade sejam capazes de sustentar a produção em torno da meta de 200 mil bpd.

Recomendação de compra

O Itaú BBA, Genial e JPMorgan mantiveram recomendação de outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) e preço-alvo de R$ 62, R$ 69 e R$ 55. O BTG também manteve recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 56, destacando crescimento de produção, redução de opex em Peregrino e perspectiva melhor para distribuição aos acionistas.

O Goldman Sachs, por sua vez, manteve recomendação neutra para PRIO, com preço-alvo de R$ 48,30.

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