Principais criptos do metaverso cedem em meio à decepção com número de usuários

Decentraland, Axie Infinity e The Sandbox têm mais valor de mercado e menos usuários ativos do que outros jogos que não estão na blockchain

CoinDesk

(Getty Images)

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Apesar de todo interesse de investimentos de venture capital e das maiores marcas do mundo, o metaverso enfrenta dificuldades para atrair usuários e os preços de criptomoedas relacionadas estão começando a refletir essa realidade.

Os tokens dos três principais protocolos do metaverso — Decentraland (MANA), Axie Infinity (AXS) e The Sandbox (SAND) — estão abaixo do acumulado do ano e com uma performance bem mais fraca comparada à do Bitcoin (BTC).

Apesar de investidores terem demonstrado interesse significativo nesses três negócios, aportando centenas de milhões de dólares em metaverso e GameFi nos últimos meses, alguns especialistas dizem que o número de usuários ativos diários dos projetos ainda não engrenou como se esperava.

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“Não há, no momento, um engajamento orgânico que retém os jogadores no game, diferentemente de jogos tradicionais, como Fortnite, GTA e Candy Crush, pelos quais os usuários estão dispostos a pagar para continuar jogando”, escreveu o analista de Web 3 conhecido como DeFi Vader, em relatório divulgado em agosto do ano passado sobre o Axie Infinity.

“Se um ou alguns desses jogos criarem engajamento orgânico, então o crescimento do dos usuários ativos diários pode deixar de depender de rendimentos diários”, afirmou na época.

Mas, não foi isso que aconteceu. Segundos dados da DappRadar, nos últimos 30 dias, o número de usuários ativos diários do Axie Infinity caiu 30% em comparação ao período anterior, chegando a 107.240. Já os do Sandbox encolheram 29%, descendo para 1.180, e o Decentraland perdeu 15% dos usuários, com uma média de 978 por dia.

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Quando comparados com jogos famosos da loja digital de games Steam, esses números mal chegam perto de títulos como Counter Strike, Dota 2 e PUBG.

Para o Axie Infinity, é impossível determinar quantos desses jogadores estão ali só para se divertir e quantos são funcionários de corporações, jogando para ganhar rendimentos para investidores. A equipe por trás da empresa parece entender isso e admite que o gameplay precisa melhorar para que o jogo cresça organicamente.

Os próprios gamers parecem rejeitar o GameFi, nome dado à união de jogos com finanças descentralizadas (DeFi).

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A Ubisoft, gigante do setor de games, tentou emplacar tokens não fungíveis (NFTs), mas não conseguiu. Além disso, uma pesquisa publicada durante a Game Developers Conference mostrou que a maioria dos estúdios não está interessada em adotar criptomoedas ou NFTs.

É provável que a maior parte da indústria veja a monetização desses jogos como pouco atraente a potenciais participantes, explicou a casa de análise Messari em relatório, provocando o leitor ao perguntar retoricamente se alguém conhece um jogador que ache esses games divertidos.

“Em primeiro lugar, a capacidade de comprar NFTs ou moedas do jogo cria, efetivamente, uma mecânica de pay-to-win [pagar para ganhar, em tradução livre], algo que a maioria das grandes franquias e jogos de sucesso evitam”, declarou Mason Nystrom, da Messari, em relatório publicado em março.

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“No geral, os games de maior sucesso têm um elemento de habilidade, escolhendo criar uma experiência multiplayer competitiva e evitando uma opção de ‘usar o cartão de crédito até ganhar’.”

Ainda assim, alguns nomes da indústria afirmam que um gameplay de qualidade pode existir juntamente com o GameFi e o metaverso. Em uma entrevista ao CoinDesk no começo do ano, See Wan Toong, do estúdio Red Door Digital, vê o modelo de investimentos em criptomoedas como uma maneira de libertar os games da dependência financeira de grandes estúdios.

No entanto, ainda não está claro se essa visão fará parte do mainstream.

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