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O presidente da China, Xi Jinping, disse que o país precisa se adaptar ao “novo normal” do ritmo de crescimento econômico e manter “a calma” em meio a uma desaceleração que os analistas preveem que levará à expansão mais fraca desde 1990.
Os principais dados de crescimento da China não mudaram e o país ainda está em um “período significativo de oportunidade estratégica”, disse Xi, segundo reportagem da agência de notícias Xinhua publicada no site do governo central, em 10 de maio. Ao mesmo tempo, o governo precisa evitar riscos e tomar “medidas de defesa a tempo de reduzir potenciais efeitos negativos”, disse ele.
Os estrategistas do governo estão tentando impedir que a expansão econômica fique abaixo da meta do premiê Li Keqiang para 2014, de 7,5 por cento, enquanto freiam um boom de crédito que um funcionário do Banco Central disse que ameaça minar o sistema financeiro. Até o momento, o governo limitou seu apoio a incentivos fiscais e acelerou os investimentos em infraestrutura e em habitação. Li disse na semana passada que o foco continua sendo a qualidade do crescimento e a mudança na estrutura da economia.
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“O comentário de Xi mostrou que o governo chinês está relutante em lançar grandes estímulos agora”, disse Xu Gao, economista-chefe da Everbright Securities Co. em Pequim, que anteriormente trabalhou para o Banco Mundial. “Ao mesmo tempo, a fraqueza econômica persiste e a pressão do mercado imobiliário está crescendo. O governo precisa intensificar gradualmente a flexibilização das políticas, especialmente no lado da política monetária”.
Evitando riscos
O governo continuará equilibrando a relação entre expansão econômica, reforma, reestruturação e melhora do bem-estar popular e evitará os riscos, de forma a assegurar um crescimento econômico sólido e a estabilidade social, disse Xi, durante uma inspeção na província central de Henan, entre 9 e 10 de maio, segundo a Xinhua.
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“Precisamos aumentar nossa confiança e nos adaptar a condições que são o novo normal, tendo como base as características do crescimento econômico da China na fase atual, e manter a calma”, disse ele.
O índice de referência das ações da China, o Shanghai Composite, caiu 5 por cento neste ano devido às preocupações com a desaceleração da expansão econômica. O produto interno bruto cresceu 7,4 por cento no primeiro trimestre em relação ao ano anterior, o menor nível desde 2012, e se expandirá 7,3 por cento neste ano, o ritmo mais lento desde 1990, segundo a média de estimativas em uma pesquisa da Bloomberg News do mês passado.
Mesmo assim, nesse ritmo, a expansão da China continuaria mais de 4 pontos porcentuais mais rápida que a prevista pelo Fundo Monetário Internacional neste ano para os EUA, onde a Pacific Investment Management Co. em 2009 popularizou o termo “novo normal” para descrever a era pós-crise financeira de crescimento mais lento.
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O premiê Li disse em abril que o governo não adotará “políticas de estímulo fortes e de curto prazo para responder a flutuações temporárias na economia”. O presidente do Banco Central chinês, Zhou Xiaochuan, reiterou esse posicionamento em 10 de maio, segundo uma reportagem com comentários dele do site sina.com.
Sistema bancário sombra
A dívida total da China subiu para 229 por cento do PIB em junho de 2013, contra 160 por cento em 2008, estimou Ha Jiming, vice-presidente e estrategista-chefe de investimentos da divisão de gestão de investimentos para a China do Goldman Sachs Group Inc., em um relatório de março.
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O vice-presidente do Banco Central, Liu Shiyu, alertou que o chamado sistema bancário sombra ameaça minar o sistema financeiro e defendeu regras mais duras para controlar uma indústria que elevou os custos dos empréstimos e tem feito pouco para apoiar a economia e a produtividade.
“Se todos na sociedade estão tentando ingressar no negócio de financiamentos, podemos ter entrado em uma fase em que uma febre começou a afetar nossa capacidade de pensar”, disse Liu. “Precisamos nos decidir a respeito de retificar as operações interbancos e todos os tipos de produtos de gestão de riquezas”.
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