Preços do petróleo sobem cerca de 4% após Opep+ decidir elevar produção “gradualmente” de maio a julho

A decisão foi tomada em reunião virtual dos países-membros e anunciada nesta quinta-feira

Equipe InfoMoney

(Crédito: Shutterstock)

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A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados, grupo conhecido como Opep+, decidiu elevar a produção de petróleo “gradualmente” de maio a julho, com as preocupações sobre a demanda ainda no radar da organização.

Os futuros do brent com vencimento em maio subiram 3,8%, para US$ 65,08 por barril, nesta quinta-feira (1). Os futuros do WTI tiveram alta de cerca de 4%, a US$ 61,63 o barril.

A decisão foi tomada em reunião virtual dos países-membros e anunciada nesta quinta-feira, 1º de abril, via comunicado oficial. A nota, contudo, não informa precisamente a quantidade de elevação na oferta.

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“A reunião aprovou o ajuste dos níveis de produção para maio, junho e julho de 2021, continuando a respeitar o mecanismo … de realização de encontros mensais avaliar as condições de mercado e decidir sobre os ajustes do nível de produção para o mês seguinte, sendo que cada ajuste não vai ultrapassar os 500 mil barris por dia”, limita-se a dizer o comunicado oficial.

De acordo com reportagem da Dow Jones Newswires, citando fontes, a elevação na oferta será de 350 mil barris por dia (bdp) em maio e junho e de 450 mil bpd em julho.

Para justificar o aumento na produção da commodity, a Opep+ diz, no comunicado oficial, que houve melhoras no mercado de petróleo graças ao processo de imunização contra a covid-19 e a estímulos econômicos anunciados em países como os Estados Unidos. Por outro lado, fala em “volatilidade” que demanda “abordagem cautelosa”.

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O ministro de Energia da Arábia Saudita, Abdulaziz bin Salman al-Saud, afirmou em coletiva de imprensa nesta quinta-feira que a elevação na oferta de petróleo foi uma decisão “bastante conservadora”, que “pode ser ajustada”.

“A Opep+ ainda pode ajustar a produção em mais ou menos 500 mil barris por dia”, disse o ministro, que lidera o grupo. “O corte voluntário na produção da Arábia Saudita será gradual, de olho na reação do mercado. Se produção estiver em linha com visão do mercado, ótimo; se não, ajustamos”, completou.

A Arábia Saudita é o maior produtor de petróleo do globo e faz um corte de produção voluntário de 1 milhão de barris por dia (bpd) desde janeiro, condição que será mantida em abril.

Abdulaziz negou, na coletiva, que tenha havido pressão de países consumidores de petróleo para elevar a oferta e garantiu que boa parte do novo contingente de petróleo a ser oferecido ao mercado, nesta nova decisão, será destinada a países-membros da Opep.

Analistas do Eurasia Group observaram que o último mês nos mercados globais de petróleo “apresentou um nível significativo de volatilidade” e uma liquidação que trouxe as cotações dos contratos futuros do petróleo brent de US$ 70 para US$ 62 o barril, antes de se estabilizar em torno de US$ 64 nos últimos dias.

“O incidente do Canal de Suez provavelmente ajudou muitos produtores de petróleo, pois evitou uma nova queda nos preços”, disseram analistas do Eurasia Group em nota, conforme destaca a CNBC.

“Mas, mais uma vez, está longe de ser claro que uma recuperação sustentável justificaria um forte ciclo de volta gradual da produção a ser seguida a cada mês. A cautela da Arábia Saudita sobre a recuperação econômica global foi justificada em muitos aspectos ”, acrescentaram.

(com Estadão Conteúdo, Dow Jones Newswires)

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