Posições de Bitcoin batem recorde de US$ 5,4 bilhões na maior bolsa de derivativos do mundo

Contratos futuros de Bitcoin da bolsa de Chicago servem de referência para o ETF que estreou nos EUA na semana passada

Paulo Barros

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SÃO PAULO – As posições em aberto de Bitcoin (BTC) atingiram um novo recorde de US$ 5,4 bilhões na Chicago Mercantile Exchange (CME), a maior bolsa de derivativos do mundo. O montante é a somatória dos valores dos contratos futuros da criptomoeda que ainda não foram liquidados.

Desse total, US$ 4 bilhões foram adicionados a contratos em outubro, um crescimento de 265% desde o final de setembro. O movimento está diretamente ligado ao interesse pelo ETF da ProShares, BITO, que chegou à bolsa de Nova York na semana passada e registrou demanda sem precedentes, sendo o mais rápido da história a acumular US$ 1 bilhão em capital investido. O índice rastreia os contratos futuros de Bitcoin da CME.

A demanda pelo ETF foi tão grande que a quantidade de contratos liberados pela CME para a ProShares referente a outubro ficou perto de esgotar, obrigando a gestora a começar a adicionar contratos de novembro às cotas vendidas na bolsa. Embora resulte em uma diferença de preço cada vez maior em relação ao preço da criptomoeda no mercado à vista, a solução é a única possível enquanto um novo teto mensal de contratos é negociado. Segundo Eric Balchunas, analista de mercado da Bloomberg, a empresa teria entrado com um pedido junto à CME para aumentar o limite.

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O prêmio e os custos envolvidos em um produto que rastreia o mercado de derivativos está entre as críticas de especialistas que consideram um ETF de futuros problemático.

“Os títulos baseados em futuros têm um fenômeno usual conhecido como contango, que corrói os retornos dos ativos reais”, explica Kelly Chia, analista do Julius Baer. Ela conta que a rolagem de um contrato futuro segurado por um investidor no último ano teria deduzido 28% da valorização do Bitcoin no período. “As evidências mostram que os instrumentos baseados em futuros têm desempenho ruim no longo prazo devido ao contango”.

Ainda assim, o sucesso do ETF anima investidores e é considerado um dos motivos por trás da nova máxima histórica da moeda digital atingida na semana passada, de cerca de US$ 67 mil. O otimismo está ligado ao apetite institucional pela compra de Bitcoin, algo que já era medido pela movimentação dos contratos futuros da criptomoeda na bolsa de Chicago, mas que agora passa a ter um termômetro nos ETFs.

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A expectativa é que a demanda por exposição ao Bitcoin na bolsa seja dividida com outros ETFs, que devem brigar pelo investidor apostando em taxas de administração menores. Na sexta (22), a Valkyrie estreou um fundo de índice nos mesmos moldes na Nasdaq, repetindo a taxa de 0,95% da ProShares. Na terça (26), a VanEck deverá ter seu produto também listado nos EUA, com a promessa de cobrar apenas 0,65%.

(Com Bloomberg e Financial Times)

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Paulo Barros

Editor de Investimentos