Porto (PSSA3): de valuation a início de queda de juros, JPMorgan corta recomendação e Citi mantém visão neutra; ações caem

Citi eleva preço-alvo para papéis, mas também mantém recomendação neutra, pois avaliação atual não oferece muito potencial de valorização

Felipe Moreira

Fachada da Torre B da Porto, na sede da empresa, na região central de São Paulo (Foto: Divulgação)

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Com alta acumulada de 21% em 2023, analistas passaram a revisar os números para as ações da Porto (PSSA3). O JPMorgan rebaixou recomendação para ações da seguradora de overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) para neutro, com ciclo de seguros automotivos atingindo seu ápice, após um período de forte crescimento, à medida que as empresas reajustaram os seguros para os novos níveis de preços dos carros.

Às 10h15 (horário de Brasília) desta segunda-feira (21), as ações caíam 4,03%, a R$ 26,41.

De acordo com relatório do banco, os prêmios emitidos para a indústria automobilística cresceram 33% em 2022 e 18% até o momento.

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A equipe de research do JPMorgan pontua que grande parte desse crescimento vem como consequência do choque de preços dos carros devido à COVID-19 e não considera isso sustentável.

Para 2024, analistas esperam que os prêmios emitidos diminuam de um ano para o outro, já que as empresas devolverão parte dos ganhos de rentabilidade durante este ciclo. A inflação do seguro automotivo tem perdido força e já está impactando os prêmios emitidos ultimamente.

O JPMorgan ainda destaca que o ciclo de flexibilização da taxa básica de juros deve representar um obstáculo para os resultados financeiros da Porto, uma vez que a maioria das seguradoras é vista como sensível a ativos devido às reservas técnicas.

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“Os resultados financeiros estão se beneficiando da taxa Selic de 13,75%, uma das mais altas em comparação com uma média de cerca de 9% nos últimos 10 anos”, destaca o relatório.

Além disso, riscos regulatórios, incluindo o fim do Juros sobre Capital Próprio (JCP) e o limite para cartões de crédito rotativo, são pontos-chave a serem observados, dada a exposição relevante da Porto Seguro a ambos os aspectos.

Em termos de avaliação, o JPMorgan vê a Porto sendo negociada a 8,6 vezes Preço/Lucro para 2024, ou 1,5 vez Preço/Valor da Firma para um ROE (retorno sobre patrimônio líquido) de 18% em 2024. Com isso, traçou um novo preço-alvo para dezembro de 2024 de R$ 32 (potencial de valorização, ou upside, de 16% frente o fechamento de sexta), em comparação com o preço-alvo anterior de R$ 29 para dezembro de 2023.

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O Citi também elevou preço-alvo para ações da Porto de R$ 25 para R$ 27 (valor 2% abaixo do fechamento de sexta), visando incorporar o forte resultado do segundo trimestre de 2023.

Analistas do banco estão mais otimistas em relação à taxa de sinistralidade automotiva de médio prazo, considerando que a empresa apresentou números melhores, mas reiteram recomendação neutra, pois acreditam que o valuation atual não oferece muito mais potencial de valorização.

Eles ainda destacam os primeiros sinais de aumento da concorrência no seguro automotivo e manutenção da expectativa de deterioração da taxa de sinistralidade na área de saúde, bem como de inadimplência elevada, que deve persistir no curto prazo.

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Segundo estimativas do Citi, o lucro líquido para 2023 e 2024 deve atingir a cifra de R$ 2 bilhões e R$ 1,9 bilhão, respectivamente, um aumento de 25% e 8% em relação às estimativas anteriores.