População residente no interior cresceu mais do que a da capital, segundo Censo

Censo demográfico aponta para maior crescimento da população residente no interior (1,66%) do que a das capitais (+1,60%)

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SÃO PAULO – o IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, divulgou nesta quinta-feira mais dados colhidos pelo Censo Demográfico de 2000, estes referentes ao crescimento da população brasileira, que se mostrou mais intenso no interior do país.
Entre os anos de 1991 e 2000, a população residente no interior apresentou taxa de crescimento de 1,66%, frente à variação positiva de 1,60% registrada pela população que vive nas capitais brasileiras.
Dados apontam saturamento dos centros urbanos

Os dados do estudo do IBGE apontam para uma menor taxa de migração para cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, evidenciando a saturação dos grandes centros urbanos, ainda que as capitais da região sudeste concentrem metade da população desse território.
Em contrapartida a taxa de crescimento da população do interior, incluindo áreas urbanas e rurais, da região sudeste foi a que teve maior crescimento no período em questão, atingindo 1,89%, frente à variação positiva de 0,88% registrada pelas capitais desta região.
Já a taxa de crescimento da população rural continua declinando e registrou retração de 1,31% entre 1991 e 2000. Vale destacar ainda que aproximadamente 40% da população total do país (cerca de 68 milhões de pessoas) vivem em alguma das 22 regiões metropolitanas ou na Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal.
Maioria dos municípios teve perda populacional

Segundo o IBGE, a população brasileira cresceu quase dez vezes ao longo do século XX, já quem em 1900 era de apenas 17,4 milhões. A taxa de crescimento foi mais elevada na segunda metade do século, com 2,39% ao ano, do que na primeira, onde o ritmo de crescimento foi de 2,23% ao ano.
A maioria dos municípios brasileiros, cerca de 67% do total, apresentou perda populacional ou taxas de crescimento negativas, enquanto aqueles com mais de 20 mil habitantes registraram taxas de crescimento positivas. O destaque fica com aqueles que têm entre 100 e 500 mil habitantes, que cresceram 3,03%.
Brasil ruma ao equilíbrio demográfico entre os sexos

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A população brasileira, quase que tradicionalmente composta por maioria feminina, começa a atingir o equilíbrio demográfico entre os sexos. No total, as mulheres são maioria: 96,93 homens para cada 100 mulheres.

Por faixa etária, o grupo de 15 a 24 anos atingiu equilíbrio (100,31 homens para cada 100 mulheres). Entre os idosos, as mulheres são maioria e, na faixa de idade de 0 a 14 anos, a relação é de 103,02 homens para cada 100 mulheres.
Pirâmide etária teve base reduzida

O estreitamento da base da pirâmide etária, por sua vez, é evidenciado pela menor razão de dependência, ou seja, a relação de crianças (0 a 14 anos) e idosos para cada 100 pessoas potencialmente ativas (15 a 64 anos).
Esta relação caiu espantosamente desde 1950, passando de 79,49 para 54,93 no censo Demográfico realizado em 2000. Destaque para os municípios com mais de 100 mil habitantes, os quais apresentam razões de dependência menores do que a média nacional. Já em relação ao envelhecimento da população, os maiores índices se encontram nos municípios com até 5 mil habitantes e naqueles com mais de 500 mil.