Ponderando IOF e bons fundamentos, perspectiva é de bolsa “de lado” este mês

Taxação aos investimentos externos ainda afeta o humor, mas Ibovespa também conta com a boa percepção da economia

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SÃO PAULO – Entre altas e baixas, o Ibovespa tende a apresentar movimentação lateral durante o mês de novembro. Preocupados com a elevação da volatilidade do índice durante a segunda quinzena de outubro, analistas projetaram a manutenção do atual nível do índice paulista acima dos 60 mil pontos, sustentado pelos fundamentos da economia brasileira.

“Após anos de contínua melhora, a economia brasileira está mais forte, além de mais estável do que no passado” aponta o BTG Pactual, que disse apostar que a força do mercado interno continuará suportando o Ibovespa. “De fato, nós não nos surpreenderíamos se o Brasil operasse com prêmio em relação aos mercados emergentes” completa a instituição.

Fim da festa?

“Aparentemente, o governo conseguiu estragar a festa”, lamenta a SLW, em relação à saída de mais de R$ 3,5 bilhões da bolsa na primeira semana da taxação de investimentos externos através do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), anunciada dia 19 de outubro pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Análise de Ações com Warren Buffett

“Chegamos ao ponto de limitar as entradas de capital, quando o país precisa de uma grande quantidade de financiamento em seguida, ao longo da próxima década” disse a Bradesco Corretora, aludindo para a realização da Copa de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016. Para a instituição, “a surpresa [do IOF] adicionou mais ruído em um mercado que já havia iniciado uma realização de lucros”.

Cartas na manga

Porém, se o governo federal azedou as perspectivas do Ibovespa, o índice ainda conta com alguns fatores para ampará-lo. “O que é certo é que enquanto o dinheiro continua muito barato, investidores terão incentivos para especular”, sentencia a analista Lika Takahashi, do Banco Fator.

Além da alta liquidez existente nos mercados, promovida pelas baixas taxas de juro ao redor do globo, o índice paulista também vê o otimismo internacional com os fundamentos da economia brasileira lhe oferecendo suporte. Em relatório recente, a equipe de análise do Credit Suisse ressaltou a recuperação da indústria nacional, a expansão da oferta de crédito e a contínua queda no desemprego como exemplos das boas perspectivas do País, colocando o País como sua top pick na América Latina.

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“Existe uma grande quantidade de operações de emissão de ações de empresas com bom nome para ocorrer no curto prazo que poderá utilizar racionalmente esse ambiente de liquidez como oportunidade” lembrou a Bradesco Corretora, somando mais um fator de sustentação para o mercado acionário brasileiro.

Oportunidades

Por fim, os analistas da Ativa traçaram onde estarão as oportunidades para os investidores em meio ao cenário de maior volatilidade projetado para o mês de novembro.

Para eles, a maior oscilação dos preços deverá gerar ajustes nos preços dos ativos, o que poderá se configurar em novas oportunidades de entrada. “Neste sentido, o fluxo de notícias vindas do mercado internacional em conjunto com os resultados corporativos deverão indicar a tendência para o Ibovespa em novembro”.