Políticos dos EUA trocam farpas às vesperas de abismo fiscal

Mesmo com Congresso em recesso, republicanos e democratas trocam acusações com aproximação do fim do prazo para acordo

Paula Barra

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SÃO PAULO – Alguns congressistas dos Estados Unidos expressaram no último domingo (23) a preocupação que o país se depare com o abismo fiscal em pouco mais de uma semana, o que provocará severos cortes de gastos e aumentos de impostos, num total de US$ 665 bilhões. Mas mesmo com os dois principais negociadores, o presidente Barack Obama e o presidente da Câmara dos Deputados, o republicano John Boehner, fora de Washington para o feriado de Natal, e o Congresso em recesso, políticos democratas e republicanos vêm trocando farpas às vésperas da data limite para um acordo, dia 31 de dezembro.

Republicanos dizem que Obama receberia bem o aumento de impostos e cortes na defesa, pois isso seria uma oportunidade de culpar os republicanos por rejeitarem um acordo. Porém, Obama negou ter essa estratégia. Enquanto isso, os democratas acusam Boehner de ter motivos particulares para evitar um acordo antes do dia 3 de janeiro, quando os deputados eleitos em 6 de novembro tomarão posse e elegerão um novo presidente da Câmara.

“Acho que o presidente está ansioso para ir para o abismo por razões políticas. Acho que ele vê uma vitória política no fundo do abismo”, afirmou no domingo à Fox News o senador republicano John Barrasso, do Estado do Wyoming.

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No mesmo sentido, atacou o senador republicano Bob Corker, do Estado de Tenessee à CBS: “parece que, obviamente, isto vai se arrastar até o próximo ano, o que vai prejudicar nossa economia”.

Por outro lado, o senador democrata Charles Schumer, do Estado de Nova York, disse ao programa “Meet the Press”, da NBC, que Boehner tem sido relutante em negociar um acordo por temer que isso lhe custe a presidência da Câmara, já que concorre à reeleição. “Eu sei que ele está preocupado”, disse Schumer. Mas Boehner, que até agora não tem nenhum concorrente sério para o cargo, afirmou não estar preocupado. 

As trocas de acusações ganharam força nas últimas semanas, mas a questão do abismo fiscal já vem correndo nos corredores da Casa Branca há um bom tempo. Contudo, os obstáculos para um acordo parecem cada vez mais intrasponíveis. 

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Na última semana, Boehner elaborou um “plano B” para o “fiscal cliff”, mas o otimismo não passou de um dia, depois que a Casa Branca rejeitou a proposta do líder republicano. O plano, contudo, não encontrou adeptos nem no próprio partido, fazendo com que os republicanos adiassem a votação. A proposta envolvia aumentar impostos para rendas superiores a US$ 1 milhão, mas os democratas querem que os encargos maiores sejam para salários mais baixos.

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