Políticas de estímulo podem alimentar inflação de emergentes

Investidores devem estar preparados para uma mudança de cenário.

Bloomberg

Publicidade

(Bloomberg) — A inflação em mercados emergentes está adormecida mesmo com a injeção de liquidez de governos e bancos centrais na economia. Mas investidores devem estar preparados para uma mudança de cenário.

Depois que a pandemia de coronavírus for superada, governos terão dificuldade de reverter as políticas fiscais e monetárias frouxas que evitaram o colapso econômico, disse David Hauner, estrategista do Bank of America, em Londres. Isso pode alimentar a inflação, enfraquecer moedas e afetar o desempenho dos títulos de dívida.

“Muitos governos de mercados emergentes enfrentarão problemas sociais ainda maiores pós-Covid-19 do que enfrentavam antes”, disse Hauner. “Um aumento permanente dos gastos públicos parece provável.”

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Por enquanto, a pandemia de coronavírus reduziu a demanda de consumidores e investimentos e deixou a inflação em mínima histórica no Brasil e no menor nível em seis anos na Colômbia. Nos mercados emergentes, a inflação está sob controle, permitindo que governos aumentem gastos e bancos centrais atendam às necessidades de liquidez dos mercados. Quanto mais tempo essa política continuar, mais difícil será para formuladores de políticas fecharem a torneira.

Ainda assim, a diferença entre os chamados “breakevens” – um indicador das expectativas de inflação em mercados mais arriscados e com beta alto e pares mais estáveis de beta baixo – está aumentando. Isso porque operadores começam a se preocupar com os riscos de inflação em países com maiores ameaças políticas e fiscais, de acordo com o Bank of America.

Nos próximos seis a 12 meses, o rand da África do Sul pode estar entre as moedas com maior risco, devido a juros mais baixos, vulnerabilidades subjacentes e ao programa de flexibilização quantitativa do banco central, disse Brendan McKenna, estrategista de câmbio da Wells Fargo Securities, em Nova York. O real também pode sofrer pressão com a maior probabilidade de formuladores de políticas iniciarem um programa de compra de títulos, disse.

Continua depois da publicidade

Embora as previsões do banco central do Chile apontem para inflação controlada para o resto do ano, a quantidade de estímulos lançados também coloca o peso chileno no radar de McKenna.