Confira os principais eventos que devem mexer com os mercados em 2008

Riscos de recessão nos EUA, desempenho chinês e cotação do petróleo devem ocupar atenção dos investidores

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SÃO PAULO – O ano de 2008 parece se apresentar, ao menos no plano econômico, como uma extensão dos problemas ocasionados em 2007. O principal deles, a crise imobiliária norte-americana. Contudo, distante de um mero reflexo tardio dos acontecimentos do ano passado, 2008 traz eventos inéditos, e que devem mexer com o humor dos mercados.

Ao menos, essas são as projeções elaboradas para os próximos doze meses pelos analistas do banco de investimentos canadense BMO Capital Markets, que em seu relatório enviado nesta segunda-feira (7), abordam as questões principais que devem mexer com o humor dos investidores ao longo deste ano.

A primeira delas diz respeito a chance de uma recessão econômica norte-americana. Além da crise do subprime, cujos efeitos tomaram o segmento de crédito e, mais recentemente, o mercado de trabalho, como demonstrado pelo último Employment Report, os altos preços do setor de energia também vêm afetando o consumo nos EUA, pilar fundamental de sua economia.

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Entretanto, a equipe do BMO acredita que, tendo em vista a flexibilização da política monetária no país, levada a cabo pelo Fed, por volta do final do primeiro semestre do ano, o setor imobiliário norte-americano deve gradualmente se estabilizar, amenizando o cenário econômico e financeiro.

“Apostamos em um crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA em torno de 1% a 2% em 2008”, projetam os analistas do banco de investimentos, que entretanto, não descartam os riscos de taxas menores de crescimento e até mesmo, de uma recessão na maior economia do mundo.

Enfraquecimento do dragão chinês?

Apesar das nuvens negras que parecem se apresentar aos EUA, e em geral, aos países desenvolvidos, um consenso se forma entre os analistas ao redor do mundo, e os do BMO não fogem à regra: 2008 deve ser o ano dos mercados emergentes.

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Embora não acreditem em um total descolamento das economias em desenvolvimento das já desenvolvidas, o BMO prevê que países como China e Índia devam sustentar um crescimento global em cerca de 4% em 2008, uma elevação ainda sólida, apesar de ser a menor desde 2003.

Por falar em China, as indagações a respeito da manutenção (ou não) do expressivo crescimento do país em 2008 devem ocupar a mente dos investidores. Ainda que evite projeções específicas em torno do assunto, a equipe do BMO elenca diversos riscos ao desempenho da economia chinesa nos próximos doze meses.

Além do já conhecido efeito de desaceleração econômica pós-Olimpíadas, os analistas julgam a agressiva política de enrijecimento monetário e a apreciação crescente do yuan frente às principais moedas do mundo os principais fatores que poderiam levar a um crescimento menor chinês em 2008.

Ainda que menos, preço do petróleo deve continuar subindo

A despeito das turbulências financeiras e econômicas em 2007, o preço de commodities como petróleo e ouro sofreram uma escalada no ano passado, motivada principalmente pelo crescimento dos mercados emergentes e pela desvalorização do dólar.

Prevendo um menor crescimento global, ainda que sólido, e conseqüentemente, uma estabilização da moeda norte-americana frente às outras moedas do mundo, os analistas do BMO apostam em um arrefecimento de tal trajetória ascendente dos preços das commodities.

Contudo, a equipe do BMO pondera que um recuo na oferta dos produtos, especialmente em relação ao mercado petrolífero, deva ainda sustentar uma elevação na cotação mundial das commodities em 2008.

Retorno do velho protecionismo norte-americano

Citadas também pela equipe do banco de investimentos como um dos principais eventos de 2008, as eleições presidenciais norte-americanas devem, além de seus efeitos políticos, influenciar o âmbito econômico no país.

Além de uma possível vitória dos democratas, os analistas acreditam que o déficit comercial norte-americano com a China, que atingiu expressivos US$ 225 bilhões em 2007, deve estimular uma postura protecionista no que tange às propostas econômicas dos candidatos à conquista da Casa Branca.

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