Aumento da CSLL não terá impacto sobre lucro dos bancos, segundo analistas

Principal vítima será o tomador de empréstimos, bradam especialistas, que prevêem recuperação das ações do setor

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Parte das medidas anunciadas na véspera pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, para compensar o insucesso na prorrogação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), o aumento na CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) não terá impacto sobre o lucro dos bancos, segundo especialistas consultados pela InfoMoney nesta quinta-feira (3).
A principal vítima será a ponta final: o consumidor. “Os bancos, no legítimo exercício de sua atividade empresarial, buscarão manter os juros ao tomador de empréstimos, principalmente àqueles interessados na compra da casa própria, automóveis ou outros bens duráveis”, avaliou o presidente do Conselho de Administração do IBEF-SP (Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças), Walter Machado de Barros.
“Eu acho que os bancos não vão tomar esse prejuízo de maneira nenhuma. Eles vão repassar ao consumidor final. Mas não acredito que seja um fator que vá impactar no crédito de sobremaneira”, opinou André Comunali, professor de Finanças da FGV (Fundação Getúlio Vargas). Com o pronunciamento, os ativos de Bradesco e Unibanco caíram 5,20% e 4,78%, respectivamente, no primeiro pregão do ano na Bovespa.

Pacote

Uma tendência que logo deve ser revertida, acrescentou Comunali. “Não tem por que cair.” Conforme o pacote, a CSLL passará de 9% para 15% no setor financeiro. “A CSLL é no setor financeiro porque é o que teve lucratividade maior que outros setores. Em 2007, cresceu quase 90% na comparação com 2006”, defendeu Mantega quando do pronunciamento.
Outra medida é a elevação em 0,38% da alíquota do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) incidente nas operações de crédito. A arrecadação com o chamado imposto do cheque era de R$ 40 bilhões. Juntos, os incrementos do IOF e da CSLL devem render R$ 10 bilhões.
“O pacote é frustrante, pois mostra que o governo escolheu o caminho mais fácil para compensar as perdas com o fim da CPMF”, criticou o executivo do IBEF. Do ponto de vista dos bancos, porém, o saldo é positivo. Para o UBS, o impacto negativo de IOF e CSLL maiores é ofuscado pelo ganho com o fim do tributo do cheque.

Menores

Na avaliação do Santander, de todo o setor financeiro, o Unibanco é o que carrega uma leve vantagem. “Estimamos que a alta no CSLL representará algo em torno de 0,2% de seu portifólio de crédito, ante 0,3% no caso de Bradesco e 0,4% para Itaú”, projeta a instituição. Por outro lado, os bancos médios bastante empenhados no crédito consignado poderão ser mais profundamente afetados.

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