Bolsonaro acena a lideranças da Câmara, mas deputados ainda cobram participação

Gesto feito, falta a prática

A reação de três líderes após a reunião com Jair Bolsonaro (PSL) na última terça-feira (26) foi moderadamente positiva – o sinal foi bom, mas ainda se faz necessária a prática. Nas palavras de um deles, o problema de articulação está “longe de ser resolvido” e ainda não há que se falar em base de apoio, mas pelo menos agora “há a perspectiva de um jogo”.

Os relatos dão conta de que, apesar de um início mais frio, ficou sinalizado ao final que, depois do Carnaval, haverá conversas mais específicas com as bancadas regionais para o preenchimento do governo – dentro das regras definidas pelo Planalto. O ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) também participou do encontro.

O aceno atende ao que queriam líderes, mas só se transformará em algo positivo depois de concretizado. Por enquanto, ainda é um gesto, e o ceticismo sobre uma mudança radical na forma do governo de fazer política persiste.

Deputados têm feito críticas à relação do Planalto com a Casa, considerada distante e sem espaço para suas demandas. As reclamações foram em parte reproduzidas no encontro.

O lado positivo é que a insatisfação não é definitiva: uma vez atendidas as demandas e reorganizada a situação, as coisas têm espaço para caminhar. Cabe ao governo colocar em prática a disposição sinalizada de fazer política em moldes mais próximos do que pretende o Congresso.

Na sequência da reunião com Bolsonaro, parte dos líderes seguiu para outro encontro, desta vez sem a presença de integrantes do Planalto, para discutir estratégia conjunta de relação com o governo.

Nos bastidores, ainda se observa o mau humor da política tradicional com a condução do Planalto. A reunião de ontem contribuiu para amenizar o clima – resta o desafio de atender aos deputados.

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