As 3 primeiras medidas de Romeu Zema quando assumir o governo de Minas Gerais

Tido como uma das grandes surpresas dessas eleições, empresário promete corte drástico de despesas e uso racional dos recursos públicos para sanear as contas do estado

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Um dos maiores desafios dos novos governadores eleitos está nas mãos do empresário Romeu Zema (Novo), outsider que terá de enfrentar a situação de calamidade nas contas públicas de Minas Gerais. Surpresa nas eleições de outubro, o nome escolhido pelos mineiros conseguiu, com apenas 6 segundos de tempo na televisão, derrotar nomes experientes da política, ao sair de 10% nas pesquisas a cinco dias do primeiro turno para 71,8% contra o senador Antonio Anastasia (PSDB) no segundo turno.

A menos de um mês da posse como sucessor do governador Fernando Pimentel (PT), Zema começa a estruturar sua equipe de gestão e traçar as estratégias para o início do mandato. Do lado do pessoal, o empresário adotou o modelo de processo seletivo para a escolha de quadros e já anunciou Gustavo Barbosa como secretário da Fazenda, nome sugerido por Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central e guru econômico do Novo.

Já no campo das estratégias, o novo governador desenha três eixos de atuação, que foram expostos durante sua participação de jantar promovido, em São Paulo, pelo RenovaBR, instituto dedicado à formação de novas lideranças políticas no país, na última terça-feira (4). O encontro contou com a participação dos 17 parlamentares eleitos pelo instituto, além do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o apresentador de televisão e empresário Luciano Huck, empresários e jornalistas.

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Segundo Zema, a primeira medida de seu governo será uma “redução drástica de despesas, como nunca foi feito”. “Isso não vai ser suficiente, porque a própria folha de pagamento e as aposentadorias consomem uma receita expressiva do estado, mas ajuda a amenizar o problema”, afirmou o governador eleito em entrevista concedida a jornalistas antes do jantar.

Outra medida será liderada pelo futuro secretário Gustavo Barbosa, um dos responsáveis pela renegociação da dívida do estado do Rio de Janeiro com o Governo Federal. A ideia é abrir canal de interlocução similar para Minas Gerais com a União. “É realmente aderir ao plano de recuperação fiscal, para que Minas Gerais tenha condição de respirar”, explicou.

O terceiro esforço imediato do governo que assumirá em janeiro consistirá no diálogo com o setor empresarial. “Estou em São Paulo hoje [terça] e amanhã [quarta-feira], em contato com grandes empresas que têm grandes projetos para Minas Gerais e estão enfrentando dificuldades de se instalar. Esse é o terceiro pilar, que é levar renda para o estado”, defendeu.

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Quando questionado sobre a possibilidade de implementação de privatizações de empresas como Copasa (CSMG3) e Cemig (CMIG4) para sanear as contas do estado, Zema manteve o interesse na iniciativa, mas disse que ela não será tomada imediatamente.

“Como temos essa tarefa gigantesca com as contas públicas do estado e essas empresas hoje estão apresentando um resultado muito abaixo do que podem vir a apresentar, nossa prioridade é melhorar a gestão para, em um segundo momento, elas virem a ser privatizadas. [A privatização] continua no nosso plano, mas não como uma prioridade”, afirmou.

Eleito sem coligação, Zema conta com uma base inicial de apenas 3 deputados em um universo de 77 na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, o que lhe exigirá habilidade política e paciência. Mesmo com uma base teórica tão pequena, o novo governador mantém a tranquilidade e diz que as negociações serão feitas por tema.

“Hoje podemos dizer que a assembleia teve uma renovação expressiva e os deputados, em sua grande maioria, têm ciência da gravidade da situação de Minas. Minha votação expressiva, que foi exatamente em cima de consertar esse problema financeiro do estado, vai vir ao encontro com isso que precisamos fazer. Tenho certeza que os deputados vão votar a favor de medidas que são para o bem do mineiro”, concluiu.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.