Brasileiros veem democracia como melhor forma de governo, mas 73% estão insatisfeitos com modelo do País

Pesquisa XP/Ipespe mostra, contudo, que 23% dos eleitores não se importa com forma de governo e 13% dizem que um governo autoritário pode ser melhor opção sob algumas circunstâncias

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Quase três em cada cinco eleitores estão insatisfeitos com a democracia brasileira, mas o regime continua sendo, com folga, o mais apoiado no país. É o que mostra pesquisa XP/Ipespe, realizada entre os dias 15 e 17 de outubro. Segundo o levantamento, 56% dos entrevistados veem a democracia como melhor do que qualquer outra forma de governo, enquanto 23% dizem não se importar se o regime é democrático ou não e 13% apontam um governo autoritário melhor que uma democracia sob determinadas circunstâncias. Os detalhes das duas respostas estão nos gráficos abaixo:

1) Com qual dessas colocações você mais concorda?

(1. Democracia é superior a qualquer outra forma de governo; 2. Para mim, não importa se o regime é democrático ou não democrático; 3. Sob algumas circunstâncias, um governo autoritário pode ser melhor que um democrático; 4. Não sabe/ não respondeu)

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Fonte: XP/Ipespe (BR-05349/2018)

2) Considerando a democracia no Brasil, você diria que está…

(muito satisfeito; satisfeito; insatisfeito; muito insatisfeito; não sabe/ não respondeu)

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Fonte: XP/Ipespe (BR-05349/2018)

As duas perguntas fazem parte da pesquisa XP/Ipespe para a corrida presidencial. O levantamento, divulgado nesta sexta-feira (19), coloca Jair Bolsonaro (PSL) na liderança da disputa com 58% dos votos válidos, contra 42% de Fernando Haddad (PT). A nove dias do segundo turno, para reverter o quadro, o petista precisaria reduzir diariamente a distância em mais de 1,78 p.p., movimento inédito para esta eleição. Nem mesmo no momento em que foi apresentado como substituto do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no pleito Haddad conseguiu dar um salto desta magnitude neste intervalo.

Metodologia

A pesquisa XP/Ipespe foi feita por telefone, entre os dias 15 e 17 de outubro, e ouviu 2.000 entrevistados de todas as regiões do país. Os questionários foram aplicados “ao vivo” por entrevistadores, com aleatoriedade na leitura dos nomes dos candidatos nas perguntas estimuladas, e submetidos a verificação posterior em 20% dos casos. A amostra representa a totalidade dos eleitores brasileiros com acesso à rede telefônica fixa (na residência ou trabalho) e a telefone celular, sob critérios de estratificação por sexo, idade, nível de escolaridade, renda familiar etc.

O intervalo de confiança é de 95,45%, o que significa que, se o questionário fosse aplicado mais de uma vez no mesmo período e sob mesmas condições, esta seria a chance de o resultado se repetir dentro da margem de erro máxima, estabelecida em 2,2 pontos percentuais. O levantamento está registrado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) pelo código BR-05349/2018 e teve custo de R$ 60.000,00.

O Ipespe realiza pesquisas telefônicas desde 1993 e foi o primeiro instituto no Brasil a realizar tracking telefônico em campanhas eleitorais, a partir de 1998. O instituto tem como presidente do conselho científico o sociólogo Antonio Lavareda e na diretoria executiva, Marcela Montenegro.

Em entrevista concedida ao InfoMoney em 12 de junho, Lavareda explicou as diferenças de metodologias adotadas pelos institutos de pesquisa e defendeu a validade de levantamentos feitos tanto presencialmente quanto por telefone, desde que em ambos os casos procedimentos metodológicos sejam seguidos rigorosamente, com amostras bem construídas e ponderações bem feitas. Veja as explicações do sociólogo:

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.