Bolsonaro chega a 59% e abre vantagem de 18 pontos sobre Haddad, mostra XP/Ipespe

Segundo pesquisa, diferença entre os candidatos nunca foi tão grande. Bolsonaro vence Haddad até entre mulheres e mais pobres e só perde no Nordeste

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – A pouco mais de duas semanas do segundo turno, o deputado Jair Bolsonaro (PSL) lidera esta etapa da corrida presidencial com ampla vantagem.

Segundo pesquisa XP/Ipespe, realizada em 8 e 9 de outubro, o parlamentar agora conta com 59% das intenções de votos válidos, contra 41% de seu adversário, o ex-prefeito paulistano Fernando Haddad (PT).

O levantamento, registrado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com o código BR-02361/2018, tem margem de erro máxima de 2,2 pontos percentuais para cima ou para baixo.

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O resultado mostra um aumento expressivo da distância entre os candidatos em comparação com o último levantamento, divulgado há uma semana, quando Bolsonaro e Haddad apareciam tecnicamente empatados, com o deputado numericamente à frente por 51% a 49%.

Naquele momento, dois dias antes do primeiro turno, o cenário de disputa entre os dois candidatos era apenas uma das simulações feitas, embora já fosse tratada como a mais provável.

Em nenhum momento da série histórica deste levantamento a vantagem foi tão grande a favor de Bolsonaro como é hoje. Há duas semanas, em seu melhor desempenho, Haddad chegou a aparecer 4 pontos percentuais à frente de seu adversário, o que ainda configurava empate técnico, no limite da soma das margens de erro dos candidatos.

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A disputa de segundo turno entre os dois e testada pela pesquisa XP/Ipespe desde 16 de julho. O gráfico abaixo mostra a evolução das intenções de voto:

1) Cenário de segundo turno em votos válidos (desconsiderando brancos, nulos e indecisos)

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Fonte: XP/Ipespe (BR-02361/2018)

Considerando os votos totais (além das intenções de voto nos dois candidatos, os brancos, nulos e indecisos), Bolsonaro lidera a disputa com apoio de 51% do eleitorado, contra 36% de Haddad.

Em relação ao último levantamento, o parlamentar cresceu 8 p.p., ao passo que o ex-prefeito paulistano minguou 6 p.p. Já o grupo de eleitores que indicam votar em branco, nulo, se dizem indecisos ou não responderam ao questionamento soma 14% do total – oscilação descendente em 1 p.p. em comparação com a pesquisa anterior.

Neste momento da disputa, a contagem por votos totais também traz informações relevantes, já que mostra o contingente de eleitores que não apoiam nenhum dos candidatos e permite comparações com as intenções de voto em cada um.

No caso de uma disputa tão polarizada, uma das estratégias possíveis ao candidato que aparece atrás nas pesquisas é tentar avançar sobre o grupo dos “não votos”. Contudo, os resultados da pesquisa indicam que tal movimento, mesmo se parcialmente exitoso, teria efeitos limitados, dada a comparação entre o atual patamar desta faixa do eleitorado e o registrado em pleitos anteriores. Ou seja, para reverter o quadro atual Haddad teria que roubar votos do próprio Bolsonaro.

O gráfico abaixo mostra a evolução das intenções de votos totais na disputa:

2) Cenário de segundo turno em votos totais (incluindo brancos, nulos e indecisos)

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Fonte: XP/Ipespe (BR-02361/2018)

Além da confortável distância aberta em termos gerais, o favoritismo de Bolsonaro também se verifica nos resultados por segmentação da recente pesquisa. O militar reformado leva melhor na disputa em todos os grupos de eleitores, exceto entre os que moram na região Nordeste. Lá, Haddad conta com placar favorável de 64% contra 22% em votos totais.

Até mesmo entre as mulheres (46% a 37%) e os eleitores com renda familiar mensal de até dois salários mínimos (45% a 38%), Bolsonaro lidera a disputa. Entre os menos escolarizados, o quadro é de empate, com 43% das intenções de voto para cada candidato. Eis o quadro comparativo:

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Fonte: XP/Ipespe (BR-02361/2018)

Confira a série histórica das pesquisas XP/Ipespe

Metodologia

A pesquisa XP/Ipespe foi feita por telefone, entre os dias 8 e 9 de outubro, e ouviu 2.000 entrevistados de todas as regiões do país. Os questionários foram aplicados “ao vivo” por entrevistadores, com aleatoriedade na leitura dos nomes dos candidatos nas perguntas estimuladas, e submetidos a verificação posterior em 20% dos casos. A amostra representa a totalidade dos eleitores brasileiros com acesso à rede telefônica fixa (na residência ou trabalho) e a telefone celular, sob critérios de estratificação por sexo, idade, nível de escolaridade, renda familiar etc.

O intervalo de confiança é de 95,45%, o que significa que, se o questionário fosse aplicado mais de uma vez no mesmo período e sob mesmas condições, esta seria a chance de o resultado se repetir dentro da margem de erro máxima, estabelecida em 2,2 pontos percentuais. O levantamento está registrado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) pelo código BR-02361/2018 e teve custo de R$ 60.000,00.

O Ipespe realiza pesquisas telefônicas desde 1993 e foi o primeiro instituto no Brasil a realizar tracking telefônico em campanhas eleitorais, a partir de 1998. O instituto tem como presidente do conselho científico o sociólogo Antonio Lavareda e na diretoria executiva, Marcela Montenegro.

Em entrevista concedida ao InfoMoney em 12 de junho, Lavareda explicou as diferenças de metodologias adotadas pelos institutos de pesquisa e defendeu a validade de levantamentos feitos tanto presencialmente quanto por telefone, desde que em ambos os casos procedimentos metodológicos sejam seguidos rigorosamente, com amostras bem construídas e ponderações bem feitas. Veja as explicações do sociólogo:

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.