“Efeito Bolsonaro”: candidato do Novo em Minas dispara após declarar apoio ao presidenciável

Romeu Zema viu sua intenção de voto subir 6 pontos percentuais de uma semana para outra em meio à declaração polêmica feita por ele durante debate da Globo sobre Bolsonaro; confira o perfil do candidato

Weruska Goeking

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SÃO PAULO – Na reta final das eleições, um fenômeno ganha destaque em Minas Gerais. Ao contrário do que se vê na corrida presidencial, a eleição para o governo do estado vinha trazendo, até agora, a tradicional polarização entre PSDB e PT: Antonio Anastasia e o atual governador Fernando Pimentel estavam desenhando um cenário de embate entre os dois no segundo turno.

Contudo, o desempenho de um “outsider” chamou a atenção com sua evolução nas pesquisas desta semana e já ameaça a candidatura petista. Trata-se de Romeu Zema, que ganhou notoriedade na última semana após uma polêmica declaração de apoio ao candidato Jair Bolsonaro (PSL). 

O candidato, do estreante nas eleições Partido Novo, viu suas intenções de voto saltarem de 9% em 28 de setembro para 15% na pesquisa Datafolha divulgada na noite de quinta-feira (5), colocando-o tecnicamente empatado com Pimentel, que tem 21% da preferência do eleitorado. Anastasia lidera com 32% dos votos. A margem de erro da pesquisa é de três pontos, para mais e para menos.

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Quando levado em consideração apenas os votos válidos – aqueles que excluem brancos, nulos e indecisos na pesquisa e que não são contabilizados na apuração – Anastasia aparece com 41%, Pimentel com 27% e Zema com 20%. A distância entre o petista e o candidato do Novo é maior, mas ainda assim surpreende pela velocidade com que ele galgou novas posições.

Zema é um empresário de 53 anos formado em administração de empresas na FGV (Fundação Getulio Vargas) e assumiu o controle das Lojas Zema, rede varejista atualmente com 430 lojas, em 1991. Há 15 anos a empresa faz parte do ranking das “Melhores empresas para se trabalhar”.  À Justiça Eleitoral, ele declarou um patrimônio de R$ 69,75 milhões, o que o coloca entre os candidatos mais ricos das eleições de 2018. 

O candidato ao governo mineiro está afastado de suas funções desde que decidiu ser candidato; ele não recebe salário da companhia, mas sim dividendos como acionista. Ele tem uma fatia de 30% da empresa, fundada por seu bisavô, Domingos Zema, em Araxá (MG). 

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As Lojas Zema possuem foco em atender cidades do interior – com até 50 mil de habitantes – e hoje está presente em seis estados do país, registrando um faturamento de R$ 4,5 bilhões em 2017 e contando com 5.500 funcionários. 

Dentre as propostas de Zema para o governo de Minas, estão bandeiras defendidas pelo Novo como a redução da burocracia e o fim das mordomias e privilégios dos políticos, além de uma reforma na previdência estadual e enxugamento da máquina pública.

Vale ressaltar que Minas Gerais, ao lado Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, passa por uma das maiores crises fiscais entre todos os estados brasileiros. Em seu programa de governo, Zema afirma que “a busca pelo equilíbrio financeiro deve ser a premissa de qualquer governo que assuma o poder do Estado”.

Quando o assunto é previdência estadual, ele aponta que “se nada for feito, os serviços públicos estarão comprometidos e a previdência entrará em colapso, já que os gastos previdenciários, por serem protegidos constitucionalmente, farão com que outras áreas sejam prejudicadas”.

 

Polêmica sobre Bolsonaro

Antes mesmo de saltar nas pesquisas para Minas, Zema ganhou notoriedade nacional por conta de uma polêmica criada durante o debate promovido pela Rede Globo na última terça-feira.

Foi o primeiro debate a ter sua participação. Durante as considerações finais, o candidato mineiro pediu que “aqueles que querem mudança, com certeza, podem votar aí nos candidatos diferentes, que são o Amoêdo e o Bolsonaro”.

A declaração, como era de se esperar, não foi bem recebida pelo diretório nacional do Novo, que disse que a fala de Zema em sugerir voto em Bolsonaro era inaceitável e que ele cometeu infidelidade partidária; já o diretório estadual afirmou que houve apenas um mal entendido.

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Coincidência ou não, depois de declarar apoio a Bolsonaro, líder na corrida presidencial, Zema deslanchou de vez nas pesquisas. O candidato ainda tem um trunfo em relação aos seus oponentes, o baixo nível de rejeição. Ele tem apenas 14% de rejeição, enquanto Pimentel amarga o maior índice, de 44%, e Anastasia é rejeitado por 29% do eleitorado. 

Enquanto isso, o candidato do PT, Fernando Pimentel, buscou minimizar a disparada de Zema e afirmou que não acredita que o expressivo crescimento do candidato do Novo possa ameaçar sua presença no segundo turno das eleições.

Porém, por mais que o discurso de Pimentel seja de tranquilidade, a eleição em Minas já foi bastante abalada pela disparada do candidato do Novo na reta final do pleito. 

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