“Quem levou a facada foi o Alckmin”, diz Portella, fundador da Novus Capital

Atentado a Jair Bolsonaro (PSL) em Juiz de Fora, Minas Gerais, no começo do mês mudou o rumo das eleições

Mariana Zonta d'Ávila

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SÃO PAULO – Falar de política em tempos de eleição sem gerar intrigas é bem difícil. Pegando um momento tão delicado da campanha, daí é quase impossível. Mas o gestor Luiz Eduardo Portella, sócio-fundador da novata Novus Capital (empresa originada da fusão da Modal Asset com a Flag Asset), fez um paralelo que, embora possa gerar certa polêmica aos mais sensíveis a temas eleitorais, faz todo sentido para entender a mudança de rumo da corrida eleitoral após o atentado de 6 de setembro de 2018, quando Jair Bolsonaro (PSL) foi esfaqueado durante comício em Juiz de Fora (MG), mas, segundo Portella, “quem tomou aquela facada foi Geraldo Alckmin”.

O fundador da Novus Capital, asset que nasce já com um patrimônio de R$ 1,6 bilhão em ativos sob gestão, concedeu entrevista exclusiva ao InfoMoney para explicar essa afirmação na sexta-feira (21) durante a 8ª edição da Expert XP, o maior evento de investimentos da América Latina.

Portella lembra que aquela semana do atentado marcava o início da campanha na televisão, que era o maior ativo político de Geraldo Alckmin: por conta dos acordos feitos com vários partidos, ele teria 44% do total de tempo de TV – ou 5 minutos e 32 segundos por bloco. Além disso, na manhã daquele dia 6 já havia sido divulgada uma pesquisa Ibope que, embora mantinha Bolsonaro com folga na liderança com 22% dos votos (contra 6% de Alckmin), mostrava que a rejeição do candidato do PSL havia saltado de 37% para 44%, refletindo a maior participação da TV na tomada de decisão dos eleitores.

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Com apenas 8 segundos no horário eleitoral, Bolsonaro teria pouquíssimo tempo para se defender dos ataques da campanha do PSDB, o que poderia sinalizar “o começo do fim” da campanha de Bolsonaro. O atentado em Minas, no entanto, mudou completamente o cenário.

“A facada fez com que o Bolsonaro, que não tinha tempo de TV, passasse a ter o maior tempo de TV, pois o noticiário é 24×7 (24 horas, 7 dias por semana) falando dele. Como a estratégia do Alckmin era roubar votos do Bolsonaro ‘batendo’ nele na campanha da TV, Bolsonaro não teria como se defender. Inclusive alguns trackers (pesquisas não oficiais) encomendados por bancos mostravam que o Bolsonaro estava caindo. Só que após o atentado, ele passou a ser o candidato com maior tempo de TV. Por isso que eu digo que ‘a facada foi no Alckmin’”, resume Portella.

Com menos de duas semanas para as eleições, o gestor da Novus acha muito difícil que Alckmin consiga reverter esse jogo, pois embora ele esteja com “propagandas muito boas”, a impressão é que Fernando Haddad (PT) tem conseguido absorver melhor o tempo de TV.

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Como para o mercado financeiro a volta da esquerda ao poder é o pior cenário possível, Portella conclui que hoje o “voto útil não é mais em Alckmin, mas em Bolsonaro”.

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