Candidato do Novo ao Senado em SP duvida de Suplicy líder e propõe uso do FGTS para pagar aluguel

Diogo da Luz comentou suas propostas em entrevista para o InfoMoney e também criticou demais candidatos

Júlia Miozzo

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SÃO PAULO – Candidato ao Senado por São Paulo pelo partido Novo, Diogo da Luz tem 3% das intenções de voto segundo a pesquisa Datafolha divulgada no último dia 6. Mesmo tão atrás na corrida eleitoral – Eduardo Suplicy, candidato pelo PT, lidera com 30% das intenções – ele ainda vê possibilidade de ganhar.

Luz substituiu Christian Lohbauer na candidatura ao Senado, uma vez que este agora disputa a vice-presidência pelo Novo na chapa de João Amoêdo.

“A campanha vem crescendo de maneira perceptível, então a possibilidade de levarmos é muito grande. Estive ontem [16 de setembro] no debate entre candidatos ao Senado e é nítido que o nível deles está muito baixo. Em 2h30 de debate, o assunto mais complexo que se discutiu foi se rico tem direito a universidade gratuita ou não”, disse Luz em entrevista para o InfoMoney na última quarta-feira (19). “Eles ficam só atacando grandes empresas e latifundiários e eu, como produtor rural, fui um dos atacados”, completou.

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Luz ainda disse que tem ainda mais convicção do despreparo geral dos candidatos por ter sentado ao lado de Suplicy, líder disparado das pesquisas eleitorais. “Um senador que não apresentou proposta nenhuma a não ser que ‘quer que todos sejam felizes’. E quem não quer isso?”, criticou.

O candidato do Novo ainda insiste que Suplicy não lidera as pesquisas de intenções de voto, mas sim de “conhecimento dos eleitores”. “As pessoas não respondem que vão votar nele. Respondem que conhecem ele, que conhecem o pai de Mário Covas Neto, mas não estão pensando no assunto”, disse. “Depois de 24 anos como senador, mesmo não fazendo nada, você fica conhecido”. 

É nesse ponto que Luz se vê como diferente dos demais candidatos: desde já, deixa claro quais são suas propostas como Senador e se posiciona sobre inúmeros assuntos. Sua principal proposta é a de enxugar os gastos do Senado em mais da metade e de “reduzir os privilégios” de senadores. Isso inclui carro oficial e número “absurdo” de assessores, entre outros.

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“Essa nem deveria ser uma proposta, para início de conversa. O senador não é uma autoridade, é um servidor público, e tem que entender isso”, disse. Ele aproveita, surpreendentemente, para citar Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai: “uma das poucas coisas brilhantes que ouvi Mujica falar é que se uma pessoa trabalha para enriquecer, ela tem que ir para o setor industrial ou financeiro. O funcionário público não tem que trabalhar para ganhar dinheiro”, disse.

Ainda nesse sentido, ele diz que pretende publicar mensalmente, em sua página oficial do Facebook ou outro meio de comunicação “sem burocracia” e facilmente acessível, a despesa de seu gabinete e média de gastos dos demais senadores. “Para provocar a população e promover uma mudança, mesmo”, disse.

Outra proposta é a de transferir maior poder para os municípios, trabalhando para mudar alguns artigos da constituição brasileira que “travam” isso. É um objetivo de curto prazo que, segundo Luz, traz “austeridade no trato do bem público e no uso do dinheiro do contribuinte”.

“Não tem sentido um representante de uma cidade ir até Brasília pedir recursos. Isso tem que ser mais acessível, é preciso mais autonomia para os municípios”, justificou.

Luz já tem um projeto de lei em andamento, chamado “Meu Fundo de Garantia, Meu Aluguel”. A proposta é permitir que o trabalhador use o depósito mensal do FGTS feito pela empregadora para pagar o aluguel, ou que possa ser usado como caução para garantir o pagamento do mesmo.

No geral, Luz diz que suas propostas têm o mesmo fundo o mesmo objetivo: tirar o “gesso” do Brasil e acabar com o poder exagerado e autoritário do Estado.

Voto útil

Questionado sobre como o voto útil nessas eleições, principalmente para a presidência, pode diminuir as chances do Novo, ele diz não estar nem um pouco preocupado.

“Não acho que isso vá diminuir o número de votos do Novo, nosso apoio. O voto útil é um voto confuso, contrário aos valores do eleitor. Eventualmente ele mudará de ideia e vai votar em quem acredita, não motivado pelo quão “útil” é seu voto”, disse. 

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