Contra Bolsonaro no segundo turno, Haddad herdaria 41% dos votos de Alckmin

Cruzamento de dados da última pesquisa XP/Ipespe indica possível troca de apoio entre eleitores tucanos e petistas contra Bolsonaro em eventual segundo turno

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – A pouco mais de um mês do primeiro turno, a corrida presidencial ganha especulações sobre o fenômeno do “voto útil”, quando eleitores são levados ao pragmatismo e, em função das circunstâncias, se veem na necessidade de adotar novas posições. Um cruzamento dos dados da última pesquisa XP/Ipespe mostra que o deputado Jair Bolsonaro (PSL), atual líder na disputa nos cenários sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pode sofrer com o veto de eleitores petistas e tucanos caso consiga avançar para uma disputa de segundo turno.

Leia também: Bolsonaro vê rejeição chegar a 61% e risco de “voto útil” contrário crescer, mostra XP/Ipespe

Segundo o levantamento, se enfrentasse o atual vice na chapa petista, Fernando Haddad – principal nome cotado para substituir Lula na disputa após decisão do TSE –, Bolsonaro veria seu adversário herdar 41% das intenções de voto de eleitores que hoje declaram apoio no ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB). O deputado, por sua vez, teria apoio de 29% dos tucanos, mesmo patamar de brancos, nulos e indecisos deste grupo nesta simulação.

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Na pesquisa, realizada entre 27 e 29 de agosto, Haddad e Bolsonaro aparecem tecnicamente empatados em eventual segundo turno, com o deputado numericamente à frente com 37% das intenções de voto, contra 34% do petista. A margem máxima de erro é de 3,2 pontos percentuais, para cima ou para baixo. Haddad herdaria 3 pontos percentuais dos tucanos, contra 2 pontos para Bolsonaro. A diferença está dentro da margem de erro.

Também é possível verificar migração de votos petistas a Alckmin em eventual disputa de segundo turno contra Bolsonaro. Neste caso, o tucano herdaria 48% das intenções de voto de Haddad (percentual equivalente a 6 pontos percentuais), contra 3% para o deputado (menos de 1 ponto). O grupo dos “não voto” teria participação de 49% dos petistas.

Já em eventual segundo turno entre Alckmin e Haddad, o tucano herdaria apoio de 58% dos eleitores de Bolsonaro, o que lhe conferiria um incremento de 12 pontos percentuais. Ele também contaria com maior migração dos eleitores de Marina Silva: 33%, contra 23% para o possível adversário.

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A imagem abaixo detalha a migração de votos de cada candidato no primeiro turno (primeira coluna) para sete simulações de segundo turno (demais colunas). Em função do tamanho reduzido da amostra, as variações nas segmentações podem ser mais expressivas, assim como as respectivas margens de erro, que crescem nestes casos.

Por isso, é recomendável uma observação cuidadosa no caso de candidatos que não apresentam pontuação expressiva na pesquisa. De qualquer forma, os números mostram resultados interessantes de como se comportariam os eleitores em situações em que seus candidatos não passariam para o segundo turno.

migração
Fonte: XP/Ipespe (BR-07252/2018)
*Na parte de cima, cada percentual se dá em relação ao total de votos. Já na parte de baixo, os percentuais se referem aos votos dos respectivos candidatos.

Ainda é cedo para conclusões, mas este pode ser mais um sintoma do crescimento da rejeição à candidatura de Jair Bolsonaro. Embora lidere a corrida presidencial nos cenários sem o ex-presidente Lula, agora 61% dos eleitores dizem que não votariam no deputado “de jeito nenhum”. Em julho, essa taxa era de 53%. Para ver os detalhes da pesquisa, clique aqui.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.