Vida de político no Brasil é “muito cruel”, segundo o governador do Rio de Janeiro

Pezão deve receber R$ 5.100 de aposentadoria e diz que "não dá para viver" com esse valor

Weruska Goeking

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SÃO PAULO – A vida do brasileiro médio não está fácil, mas pode ser “muito cruel” para os políticos. Pelo menos é o que disse o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (MDB), em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo. Ao afirmar que não nunca recebeu dinheiro de origem ilícita, Pezão disse que após 36 anos de vida pública deu entrada em sua aposentadoria e que contará apenas com essa renda para viver. O valor? R$ 5.100.

“Acho muito cruel a vida do político. Não estou me queixando, mas vou dar um exemplo. Só com esse dinheiro e o dela [sua esposa], não dá para a gente viver. Se em janeiro eu arranjar um emprego numa empresa para a qual dei um benefício fiscal, vou apanhar. Se for para um cargo público, você apanha de tudo que é jeito”. Vale lembrar que o salário mínimo em vigor no país é de R$ 954, valor 81% abaixo do que o governador do Rio de Janeiro deve receber de aposentadoria do governo. 

Pezão também reclamou da hostilidade no ambiente político: “há um excesso de poder de órgãos fiscalizadores. Inviabiliza o Executivo”. Sobre o clima político no país e os crimes de corrupção que estão vindo à tona, ele critica o sistema de delação premiada; 

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“Você é julgado, condenado antes e depois você tem tempo para se explicar. Essas coisas de delação premiada, o cara chega lá e fala e depois você é quem tem que provar? Igual no meu caso. O Paulo Roberto [Costa, ex-diretor da Petrobras] foi lá e falou que eu assisti a uma conversa onde o Sérgio pediu R$ 30 milhões para a campanha, nunca teve essa conversa. Fiquei três dias no Jornal Nacional, uns dois na primeira página do Globo, da Folha, de tudo que é jornal. Fui absolvido por unanimidade, sai lá na página de obituário, numa tirinha desse tamanho assim. Você acha isso justo?”, questionou. 

Sobre a condenação de Sérgio Cabral, ex-governador do Rio de Janeiro, a mais de 100 anos de cadeia, ele disse que a situação “particularmente muito sofrida”. “Sou amigo dele, dos filhos, da família. Sinto pela situação dele muito, sofro junto”, acrescentou.

Em relação à corrida presidencial, Pezão declarou seu voto para Henrique Meirelles (PMDB). “Apesar de achar que não é o momento dele, sempre briguei para o PMDB ter candidato. Não sei se ele vai ter tempo de se mostrar ao país”, explicou.

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