Alckmin vence primeira batalha, mas a guerra mal começou

Apoio do "Centrão" dá fôlego a uma candidatura que ainda precisa mostrar que pode crescer até outubro

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – A formação de um arco de alianças em torno da candidatura de Geraldo Alckmin à presidência da República reduz temporariamente a pressão sobre a campanha tucana em um momento de estagnação nas pesquisas e incessantes questionamentos sobre sua viabilidade eleitoral.

Caso confirme o acordo firmado nesta quinta-feira, o grupo composto por DEM, PP, PR, PRB e Solidariedade deve somar mais de 3 minutos ao tempo do candidato no rádio e televisão a cada bloco de 12 minutos e 30 segundos no horário de propaganda eleitoral gratuita. O grupo de legendas conta com uma bancada de 164 deputados.

Além destas siglas, o tucano também têm encaminhado apoio de PSD, PPS e PV. Na última quarta-feira, o PTB puxou a fila confirmando apoio à candidatura de Alckmin. São mais quase dois minutos em rede nacional a cada bloco de propaganda eleitoral.

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Mesmo estagnado em patamar abaixo dos 10% de intenções de voto nas simulações de primeiro turno das pesquisas, Alckmin consegue um voto de confiança de siglas relevantes do sistema partidário brasileiro. O apoio de partidos formal garante tempo de televisão e possibilita palanques nos estados e municípios, onde realmente as campanhas são feitas.

Em uma eleição profundamente equilibrada, marcada por múltiplas candidaturas e com menos recursos disponíveis aos candidatos, cresce a importância das estruturas. O status quo, que até o momento aparecia timidamente, começa a dar as cartas na corrida presidencial. Bom para Alckmin, apesar dos inúmeros desafios à sua campanha.

O tucano caminha para garantir importantes CNPJs. Na primeira grande batalha da corrida presidencial, parece ter deixado o adversário Ciro Gomes nas cordas. O pedetista agora corre crescentes riscos, com a sombra de transferência de votos de Lula a um herdeiro político ameaçando os planos de ir ao segundo turno.

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O quadro da tradicional polarização PT-PSDB volta a ganhar força no campo das apostas, embora esteja longe do favoritismo absoluto de pleitos anteriores.

Do lado de Alckmin, convém destacar que apoios formais não vencem eleições. Tempo de televisão pode garantir estrutura sólida para atingir eleitores, mas é preciso saber o que fazer com preciosos minutos, pautar corretamente o debate.

Além disso, para que colha efetivamente apoio das bancadas aliadas nos estados, o tucano precisa provar a viabilidade de sua candidatura. Como têm dito alguns parlamentares, Alckmin precisa se ajudar. O “centrão” entrega o tempo de TV, mas a conjuntura local segue prevalecendo em cada sigla e estado. Se o tucano não decolar, nada impede essas lideranças de pularem do barco e acenarem para outra candidatura.

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Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.